Um foguete Atlas V da United Launch Alliance (ULA) está programado para lançar dois satélites para os militares dos EUA nesta quinta-feira (30), às 19h (pelo horário de Brasília), a partir da Estação da Força Espacial do Cabo Canaveral, na Flórida.
O evento será transmitido em tempo real no canal da ULA no YouTube, com início 15 minutos antes do lançamento.
Designada USSF-12, a missão vai carregar os satélites para uma órbita estacionária a mais de 35 mil km acima da superfície, onde as espaçonaves vão passar pelo menos três anos aperfeiçoando novas capacidades em apoio à defesa nacional dos EUA.
Um dos satélites é o Wide Field of View (WFOV), que foi projetado para aprimorar as capacidades de aviso de mísseis que estão sendo incorporadas em novos sistemas de detecção baseados no espaço para o Comando de Sistemas Espaciais (SSC) da Força Espacial.
De acordo com um comunicado da ULA, o outro satélite, chamado USSF-12 Ring, vai comportar várias cargas não reveladas “para demonstrar tecnologia futura para o Departamento de Defesa”.
Em uma conferência virtual de imprensa concedida na terça-feira (28 de junho), o coronel Brian Denaro, diretor executivo do programa de sensoriamento espacial da SSC, revelou que o chefe de operações espaciais da Força Espacial, general John Raymond, apontou a detecção e rastreamento de mísseis como a “missão número um” da organização. “O WFOV é o primeiro passo nessa área de missão prioritária”, disse Denaro.
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Há quatro anos, a Rússia informou ter concluído com sucesso testes de um míssil hipersônico capaz de viajar a cinco vezes a velocidade do som. Em março deste ano, o primeiro uso em combate do míssil foi relatado pela Rússia durante sua invasão da Ucrânia. E é este o tipo de arma que o WFOV foi projetado para combater, segundo oficiais da Força Espacial.
“Estamos olhando para uma gama de alvos e mísseis no domínio hipersônico que são muito mais manobráveis. Eles são mais fracos, mais difíceis de ver, e isso está exigindo uma nova abordagem de como nós dois detectamos e, em seguida, rastreamos todos esses mísseis durante o voo”, explicou Denaro. “Estamos vendo esses desenvolvimentos tanto na China quanto na Rússia, e em um ritmo muito rápido para o qual precisamos desenvolver esses sistemas aéreos que são capazes de evoluir para acompanhar essas ameaças em mudança”, acrescentou.
Construído pela Millennium Space Systems, subsidiária da Boeing, o WFOV será gerenciado pelo Centro de Pesquisa Ames, da NASA, durante sua missão de três a cinco anos. Segundo o site Space.com, ele hospeda um sensor de imagem fornecido pela L3Harris Technologies, uma empresa que também forneceu componentes do sistema óptico do Telescópio Espacial James Webb e do Nancy Grace Roman Space Telescope, o “caçador de matéria escura” de última geração da agência que está programado para ser lançado em 2027.
Já sobre o USSF-12 Ring, pouco foi divulgado além do fato de que o satélite foi construído pela Northrop Grumman, que é um “anel” dotado de seis portas de carga e que detém suas próprias capacidades propulsoras.
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