Foguetes da NASA vão investigar se Alpha Centauri pode ser habitável

A agência espacial americana (NASA) confirmou a intenção de lançar, ainda neste mês, dois foguetes de sondagem que vão investigar a possível habitabilidade do sistema Alpha Centauri. Segundo as informações divulgadas, um complexo comercial na Austrália ficará responsável por ambos os lançamentos.

O sistema Alpha Centauri, localizado a cerca de 4,3 anos-luz da Terra, é formado por um trio de estrelas que consiste da dupla binária Alpha Centauri A e Alpha Centauri B, além da Proxima Centauri. Em investigações passadas, nós não identificamos a presença de nenhum planeta na região, mas ainda assim queremos saber se o trio pode trazer condições favoráveis à vida ou se a radiação das três estrelas irmãs pode ser danosa.

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O experimento SISTINE, em foto antes de sua montagem, divulgada pela NASA (Imagem: NASA Wallops/Divulgação)

A radiação ultravioleta, ao contrário do que ensinamentos mais simplistas fazem parecer, é um objeto bastante complexo de estudo: na quantidade certa, ela é capaz de desmontar químicos como o metano, fazendo-o se reformar em organismos mais complexos e, com sorte, criar a composição molecular necessária para começar a construção do que entendemos por “vida”.

Por outro lado, quantidades exageradas conseguem destruir o vapor d’água, efetivamente destruindo a atmosfera de um planeta e deixando-o exposto aos raios solares sem nenhuma proteção. Já reparou como Marte é completamente desértico? Essa é a razão.

Ao todo, são dois experimentos – dos quais um já foi lançado na última quarta-feira (6): SISTINE (sigla em inglês para “Espectrógrafo Suborbital de Imagem para Irradiação de Transição de Exoplaneta Próximo”). O outro, DEUCE (“Experimento Contínuo de Ultravioleta Extremo de Dois Canais”) deve sair do mesmo local até o dia 12, próxima terça-feira.

Foguetes de sondagem, ao contrário dos lançamentos mais comuns, são equipados apenas para viagens extremamente curtas: eles deixam a Terra e vão até a região suborbital para realizar observações por algo entre 15 e 20 minutos antes de reentrarem na nossa atmosfera. Neste caso específico, ambas as missões têm que ser lançadas do hemisfério sul, tendo em vista que o sistema Alpha Centauri não é visível em latitudes acima de 29 graus ao norte. Na prática, você pode vê-lo apenas em um semblante curto se estiver na Flórida, mas abaixo da linha do equador, ele está em seu ponto mais visível.

Os experimentos da NASA buscam analisar o potencial de habitabilidade das estrelas que compõem o sistema Alpha Centauri, por meio de avaliações de suas radiações ultravioleta (Imagem: NASA/ESA/Divulgação)

DEUCE e SISTINE são experimentos separados, porém complementares: o primeiro observa ondas ultravioleta de curta duração, enquanto o segundo faz o mesmo para ondas mais longas. A ideia é analisar ambas as fontes de dados para descobrir onde elas se cruzam, e usar isso como se fosse uma base única de informações.

“Entender a radiação ultravioleta é extremamente importante para entender o que faz um planeta ser habitável”, disse Brian Fleming, investigador principal da missão DEUCE. Segundo ele, esse tipo de observação é complicada de se fazer da superfície da Terra, tendo em vista que nossa camada de ozônio bloqueia os raios ultravioleta (uma coisa boa, aliás, considerando o fato de eles aumentarem o risco de câncer de pele). Por isso, a necessidade dos foguetes.

Esse contexto não nos impede de obter dados extremamente complexos da radiação ultravioleta do Sol, por exemplo. O problema é que, embora saibamos como ela funciona na nossa estrela, nós não temos parâmetro comparativo para saber o quão normal – ou anormal – nosso astro é em relação à radiação vinda de outras estrelas.

Neste ponto, o trio de estrelas – mais ainda, as binárias Alpha Centauri A e B – é um candidato ideal de estudos do tipo: as estrelas em questão estão muito perto de nós, o que evita distorções da radiação. Mais além, elas têm massas e temperaturas relativamente similares às do Sol.

“Observar a radiação e potencial de habitabilidade de Alpha Centauri nos permitirá saber se outras estrelas parecidas com o Sol apresentam o mesmo ambiente de radiação ou se há alguma flutuação”, disse Kevin France, astrofísico da Universidade de Colorado-Boulder e investigador principal do experimento SISTINE.

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