A franquia GTA pode nunca sair dos Estados Unidos. A informação foi reforçada por Dan Houser, cofundador da Rockstar e um dos criadores da série, durante entrevista recente. Segundo ele, o “americanismo” é parte essencial da identidade de GTA, o que torna difícil imaginar um título ambientado em outro país — assim como ocorre com Fallout, que também permanece enraizado na cultura norte-americana.
Desde o lançamento do primeiro GTA, em 1997, a série passou por versões inspiradas em cidades como Nova York, Miami e Los Angeles, sempre explorando aspectos da sociedade e cultura dos EUA. Houser explicou que essa ambientação é fundamental para a sátira e o tom característico dos jogos, e que deslocar a franquia para outro país, como o Brasil, acabaria diluindo parte dessa essência.
A exceção à regra ocorreu em 1999, quando a Rockstar lançou GTA: London 1969 — uma expansão do título original com ambientação britânica. Apesar disso, o próprio Houser reconhece que o projeto foi apenas um “experimento divertido”, e que o DNA americano da série prevaleceu nas produções seguintes.
Da mesma forma, Fallout segue o mesmo caminho: toda sua narrativa pós-apocalíptica está baseada em uma versão alternativa da história e cultura dos Estados Unidos, algo que, segundo seus desenvolvedores, seria difícil de adaptar a outros países.
Dan Houser explica sobre a essência americana na franquia GTA
Durante participação no podcast de Lex Fridman, Dan Houser explicou por que considera improvável que GTA seja ambientado fora dos Estados Unidos. Segundo o criador, o “americanismo inerente” à propriedade intelectual é o que sustenta sua identidade. “Havia tanta essência americana na franquia que seria muito difícil adaptá-la para Londres ou qualquer outro lugar”, afirmou.

Houser destacou que a série sempre buscou retratar o estilo de vida e as contradições dos Estados Unidos, algo que se reflete em seus personagens, diálogos e humor. “Era preciso ter armas, personagens grandiosos e extravagantes. O jogo era muito sobre os Estados Unidos — talvez até da perspectiva de um estrangeiro”, completou.
Ele também relembrou que o tom satírico de GTA depende de referências culturais específicas, muitas vezes caricaturando aspectos políticos e sociais americanos. Para Houser, deslocar essa abordagem para outro país comprometeria o impacto da narrativa.
Por fim, o desenvolvedor reforçou que, embora a franquia evolua com o tempo, suas bases estão firmemente ligadas à cultura dos EUA. “Isso é essencial para a essência da série. Não teria funcionado da mesma forma em outro lugar”, concluiu.
Apesar disso, já houve um GTA em Londres
Antes de se consolidar como uma das franquias mais influentes do mundo, Grand Theft Auto teve uma breve incursão fora dos Estados Unidos. Em 1999, a Rockstar lançou GTA: London 1969, uma expansão para o primeiro jogo, ambientada na capital britânica e com o mesmo estilo de visão aérea.

O projeto foi considerado uma experiência curiosa e experimental. Dan Houser relembrou a produção com certo humor: “Há 26 anos, fizemos um joguinho em Londres, o GTA London, para o PS1. Era bem bonitinho e divertido”, disse. Apesar disso, ele reconhece que a ambientação fora dos EUA não capturou a mesma essência dos títulos principais.
Depois dessa experiência, todos os jogos seguintes da franquia voltaram a ser ambientados em cidades inspiradas nos Estados Unidos, como Liberty City (Nova York), Vice City (Miami) e Los Santos (Los Angeles).
A breve passagem por Londres acabou se tornando um marco histórico — mas também uma confirmação de que GTA funciona melhor dentro do contexto americano que o inspirou desde o início.
Fallout também não deve sair tão cedo dos EUA
Outra franquia que segue o mesmo princípio é Fallout. Em 2024, Todd Howard, diretor da Bethesda, afirmou que a série deve continuar ambientada nos Estados Unidos por tempo indeterminado. “Parte da graça de Fallout está na ingenuidade americana, e isso faz parte do charme”, explicou.

A saga pós-apocalíptica sempre se baseou em uma versão alternativa da história norte-americana, marcada por tensões nucleares e um imaginário de Guerra Fria. Howard comentou que mudar esse cenário comprometeria a coerência do universo da franquia.
Segundo o criador, embora existam curiosidades sobre o que acontece em outras partes do mundo, a equipe prefere manter o foco nos EUA e deixar o restante em aberto. “Não tem problema deixar mistério ou perguntas no ar, como ‘o que está acontecendo na Europa?’. A pior coisa que se pode fazer com terras misteriosas é acabar com o mistério”, afirmou.
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