Gatonet: Brasil concentra maior número de TV Boxes zumbis

Uma vasta rede com mais de 1 milhão de dispositivos comprometidos, denominada BadBox 2.0, foi desmantelada, revelando um cenário alarmante de cibercrimes em escala global.

No epicentro dessa operação revelada pela empresa de segurança Human Security, o Brasil se destaca com o maior número de aparelhos infectados — a maioria são TV Boxes piratas, popularmente conhecidas como “gatonet”.

Porta de entrada para cibercrimes

Essa rede de dispositivos comprometidos, que abrange mais de 200 países, não se limitava a fornecer acesso ilegal a conteúdo de entretenimento. Paralelamente, os aparelhos infectados eram explorados para atividades como: execução de cliques automáticos em anúncios, gerando receita para fraudadores, e a potencial invasão remota para a prática de crimes cibernéticos.

O Brasil concentra a maioria dos dispositivos infectados pela rede zumbi, com 37,62% do total (quase 400 mil aparelhos). Essa rede global também apresenta números significativos de infecções em outros países, sendo os Estados Unidos (18,21%), México (6,32%), Argentina (5,31%) e África do Sul (2,19%) os mais afetados após o Brasil.

A investigação revelou que, além das TV Boxes, outros dispositivos Android de baixo custo, como projetores e tablets, também integravam a botnet, uma rede de máquinas zumbis controlada por criminosos.

No Brasil, a prevalência de dispositivos Android de baixo custo, muitos deles com aplicativos de streaming ilegal pré-instalados, contribuiu para a disseminação da botnet. (Imagem gerada por IA/Gabriel Sérvio/Olhar Digital)

Esses aparelhos, frequentemente adquiridos por sua acessibilidade e funcionalidades de streaming ilegal, carregavam consigo um código malicioso que permitia a execução de diversas atividades ilícitas em segundo plano, sem o conhecimento dos usuários.

A situação se agrava com a prática do “serviço de proxy residencial”, onde criminosos assumem o controle remoto dos aparelhos e utilizam o endereço IP das vítimas para ações ilícitas, como a criação de contas falsas, ataques cibernéticos e distribuição de spam.

A Anatel, que identificou problemas semelhantes em TV Boxes piratas, reforça a gravidade da situação. A capacidade de controle remoto desses dispositivos e a coleta de informações pessoais dos usuários, incluindo dados financeiros e arquivos armazenados em outros dispositivos conectados à mesma rede, representam sérios riscos à segurança e privacidade dos consumidores.

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A descoberta da BadBox 2.0 serve como um alerta para os perigos da aquisição de dispositivos eletrônicos de fontes não confiáveis e para a importância de medidas de segurança cibernética robustas. A conscientização sobre os riscos envolvidos e a adoção de práticas seguras de uso da internet são essenciais para proteger os usuários de potenciais ameaças cibernéticas.

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