Ghost of Yotei é uma pintura que ganhou vida no PS5, diz diretora de arte – Exclusivo

Um jogo que nasceu para ser uma pintura em movimento. Essa é a essência de Ghost of Yōtei, novo exclusivo de PlayStation 5, de acordo com a diretora de arte Joanna Wang, que conversou com o TecMundo sobre o novo lançamento do dia 2 de outubro.

Após o sucesso de Jin Sakai em Ghost of Tsushima no PS4 e PC, o estúdio Sucker Punch apostou em uma sequência segura, como dito na nossa análise, mas não deixou de trazer evoluções visuais em seu game. Conforme a diretora de arte, o time se esforçou para aproveitar o potencial da geração atual de consoles para unir imersão, arte e interatividade.

União de técnica, arte e coesão

A desenvolvedora define o projeto como uma obra que transcende o realismo técnico para capturar emoção e beleza em cada detalhe: “Sempre buscamos que o mundo pareça uma pintura viva, com cores ousadas, iluminação dramática e natureza em constante movimento”.

“Sempre buscamos que o mundo pareça uma pintura viva, com cores ousadas, iluminação dramática e natureza em constante movimento.”

O caminho até esse ponto foi longo para o estúdio e sua funcionária. Joanna entrou na Sucker Punch há mais de 20 anos, quando o estúdio ainda trabalhava em Sly Cooper 2. “Na época, nós basicamente pintávamos tudo manualmente”, lembra. 

Desde então, ela passou por inFamous, liderou ambientes em Tsushima e agora dirige a visão artística de Yōtei, acumulando a experiência de quem cresceu junto com a própria desenvolvedora. E esse amadurecimento não é só técnico, mas humano. 

Segundo a diretora, muitos integrantes estão no estúdio há décadas, o que gera uma coesão rara em uma indústria repleta de rotatividade. “Nosso time não é tão grande, então todos se conhecem bem. Isso torna a colaboração muito natural”, explica Wang. 

O mundo como um personagem

A coesão da equipe da Sucker Punch permitiu que o time pegasse as bases de Tsushima, incluindo sua imersão e exploração via natureza, para elevar a experiência na nova jornada. A diretora conta que o time criou um “ecossistema completo” para o mapa de Ezo, que vai de rios e montanhas a animais e vilarejos. 

Tudo isso é realçado por regras de clima e iluminação: vento, neve, chuva e ciclos do dia e da noite. A junção de todos os elementos transformam o mundo de Ghost of Yōtei em um “personagem vivo”, explica a diretora de arte.

A consistência visual também se reflete na identidade do jogo. Wang explica que a equipe buscou inspiração na arte tradicional japonesa para entregar um mundo aberto cheio de possibilidades, mas sem precisar de interfaces carregadas, algo comum em games de grande escala.  

“Às vezes, menos é mais. O desafio foi decidir o que remover para destacar o essencial, em vez de sobrecarregar o cenário com elementos desnecessários”, revelou a diretora de arte. 

“Queremos que o mundo seja quase como um personagem que acompanha o jogador em sua jornada.”

O aprendizado de Ghost of Tsushima também serviu como guia criativo. Além de manter a exploração livre, Yōtei introduz novos elementos naturais para orientar o jogador: marcos visuais, animais e até variações de cor nas regiões. A intenção é que cada área seja memorável, como um capítulo da jornada pessoal do jogador seguindo os passos da protagonista Atsu.

“Mantivemos a filosofia da exploração livre, mas expandimos o conceito”, ressalta a diretora de arte. “Queremos que o mundo seja quase como um personagem que acompanha o jogador em sua jornada.”

As melhorias também foram aplicadas na parte de acessibilidade, que já era destaque em Tsushima. Segundo Joanna, a equipe se esforçou para garantir que tudo seja aproveitado por diferentes tipos de jogadores.

“Todas as soluções que já existiam foram mantidas, mas também adaptamos e ampliamos as opções para atender às novidades do novo mapa, recursos e mecânicas. Nosso objetivo é garantir que o máximo possível de jogadores possa vivenciar a experiência de forma plena.”

Aproveitando o poder do PlayStation 5

A desenvolvedora também ressaltou que a exclusividade no PS5 não é um detalhe técnico, mas uma base para a experiência. Além de trazer experiências como suporte para o DualSense, a equipe conseguiu aprimorar consideravelmente os visuais em relação ao jogo anterior, incluindo até tecnologias como Ray Tracing.

Joanna Wang, diretora de arte de Ghost of Yotei.

Graças ao hardware atualizado, a equipe conseguiu aumentar a distância de renderização, mostrar milhares de objetos na tela e simular partículas em tempo real. “O poder do PS5 nos permitiu expandir a distância de renderização e aumentar muito a quantidade de detalhes visíveis na tela”, destaca Wang. “O mundo ficou mais vibrante e vivo”.

Uma jornada de transformação

Para além da técnica, a funcionária da Sucker Punch também disse que pretende alcançar os sentimentos dos jogadores com a história de Atsu. “Ghost sempre foi sobre transformação: acompanhar a jornada de um personagem que se torna algo maior do que ele mesmo”, resume a diretora.

Segundo ela, cada um sairá de Yōtei com um significado diferente, mas todos devem sentir a conexão íntima com a história e o mundo, que vai muito além de simples cenários. “Espero que todos apreciem a jornada em si, e saiam dela com um sentimento de realização e felicidade”, conclui.

Ghost of Yotei será lançado em 2 de outubro no PS5. E aí, você vai dar uma chance para o novo game da Sucker Punch? Comente nas redes sociais do Voxel e TecMundo!

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