No longa-metragem Desapega!, Gloria Pires interpreta Rita, uma mulher com TCC (Transtorno Compulsivo por Compras). A personagem diz estar tudo ”sob controle” há anos – mas sofre recaídas no decorrer da trama.
Afirmando não ser consumista, a atriz diz que as ações da personagem contrariam seu comportamento na vida real. Segundo ela, uma das maiores dificuldades foi assumir “o humor que agrega”, ao invés de julgar pessoas que sofrem desses transtornos.
Não sou consumista. Mesmo! Se eu compro algo é porque é necessário. Tenho uma amiga stylist que até briga quando vê o meu closet, porque tenho o básico, é o que eu uso. […] O desafio foi não julgar o comportamento compulsivo. Entender o mecanismo e trazer as situações com compaixão.
Gloria Pires, em entrevista ao VivaBem
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Embora não apresente comportamento compulsivo – nem consumista -, Gloria conta que guarda objetos marcantes de sua trajetória e família. “Sou extremamente seletiva quanto a adquirir […] Eu não tenho dificuldade em desapegar de coisas que já não fazem sentido para mim”, afirmou a atriz.
O filme Desapega! é dirigido por Hsu Chien e já está em cartaz nos cinemas brasileiros.
Mais informações sobre o TCC
Nem todo consumista apresenta Transtorno Compulsivo por Compras. O consumismo é marcado pelo excesso de aquisição, enquanto o TCC tem uma carga emocional – e boa parte com sofrimento significativo.O Transtorno Compulsivo por Compras também pode ser desencadeado por quadros de depressão e ansiedade.Hsu Chien, diretor do filme, disse que foi sua própria inspiração na composição da personagem de Gloria Pires. Chien afirma não ter TCC, mas que apresenta comportamento consumista desde cedo.
Acho que por isso que eu tenho trauma de Natal. Meu pai nunca comprou presente para mim e para os meus dois irmãos. Seja Dia das Crianças, aniversário, Natal. Ele dizia que era absurdo gastar dinheiro com isso, uma bobagem […] Quando eu fui morar sozinho, isso aflorou muito, porque o desejo era decorar o ambiente, ter coisas no espaço. Aí foi uma festa, eu saía gastando, porque queria encher tudo, o meu armário, a geladeira. Eu nunca tive esse pensamento minimalista de existência, de viver com uma almofada na sala e tá tudo bem.
Via: VivaBem
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