O Google pretende voltar ao mercado de óculos inteligentes em 2026, retomando um segmento no qual a empresa teve uma estreia marcada por expectativas altas e resultados frustrantes. A iniciativa surge mais de uma década depois do lançamento do Google Glass, dispositivo apresentado como um avanço promissor, mas que acabou descontinuado poucos anos depois.
A nova investida chega em um cenário diferente, impulsionado pela popularização de recursos de inteligência artificial (IA) e pelo desempenho de concorrentes que já conquistaram espaço nesse nicho. A companhia não detalhou os formatos finais dos modelos, mas confirmou que trabalha em dois tipos de óculos, incluindo uma versão com tela integrada e outra focada em assistência por voz, sem display.
Dois modelos e integração com o Gemini
O Google está desenvolvendo duas variações dos novos óculos inteligentes. Uma delas oferecerá funções de assistência sem qualquer tipo de tela, enquanto a outra terá um pequeno display embutido na estrutura da armação. A empresa afirma que o primeiro modelo deve chegar ao mercado em 2026, embora ainda não tenha divulgado especificações nem design final.

Os dispositivos serão projetados para operar com produtos de IA da própria companhia, incluindo o chatbot Gemini. Essa integração tem papel central na nova estratégia, marcada pela aposta em assistentes cada vez mais contextuais e capazes de responder a comandos de forma natural.
Meta já domina o segmento
O movimento do Google ocorre após a Meta consolidar presença no setor. Os óculos inteligentes da empresa — resultado de parcerias com marcas como Ray-Ban e Oakley — venderam 2 milhões de unidades até fevereiro.
Um levantamento da Counterpoint Research apresentado pela BBC mostra que as vendas de óculos com IA cresceram mais de 250% no primeiro semestre de 2025, impulsionadas pelo portfólio da Meta e por novos lançamentos de fabricantes menores.

O que derrubou o Google Glass
Lançado em 2013, o Google Glass surgiu como uma estrutura leve com câmera embutida no lado direito e um pequeno visor que projetava informações no campo de visão do usuário. A demonstração feita em 2012 pelo cofundador Sergey Brin ajudou a gerar entusiasmo inicial, mas problemas rapidamente surgiram.
A repercussão negativa envolveu principalmente preocupações com privacidade, receio de abuso da câmera integrada e dúvidas sobre utilidade prática do dispositivo. O design, considerado pouco atraente, também pesou na recepção. Em 2015, menos de sete meses após chegar ao Reino Unido, o Google encerrou a produção do modelo original.
A empresa tentou retomar a iniciativa com o Google Glass Enterprise, voltado ao ambiente corporativo, mas essa versão também foi descontinuada em 2023.

Entraves atuais do setor
Com recursos mais potentes e estruturas mais discretas, os óculos inteligentes atuais buscam corrigir falhas que comprometeram gerações anteriores. Marcas de tecnologia têm recorrido a parceiras do setor de moda para tornar os dispositivos mais aceitos no dia a dia.
Ainda assim, persistem dúvidas sobre privacidade e usabilidade — temas que continuam no centro das discussões desde a primeira tentativa do Google de popularizar a categoria.
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