O juiz federal Amit P. Mehta, da Corte Distrital dos EUA para o Distrito de Columbia, concluiu em 2024 que o Google havia agido ilegalmente para manter monopólio nas buscas online. Na terça-feira (2), o mesmo magistrado definiu quais medidas a empresa terá de adotar. Na prática, a decisão não deve mudar muito a sua vida.
Mehta determinou que o Google terá de compartilhar parte dos seus dados de busca. Mas não exigiu a venda do navegador Chrome nem do sistema operacional Android – pontos mais extremos pedidos pelo Departamento de Justiça dos EUA (mais sobre isso no final desta matéria).
Como decisão de juiz dos EUA sobre monopólio do Google pode impactar a sua vida
Entenda abaixo consequências práticas da decisão do juiz Amit Mehta no âmbito do julgamento sobre monopólio do Google, segundo o New York Times.
Mudanças na concorrência
Segundo a decisão, o Google é obrigado a compartilhar apenas uma lista de sites rastreados pelo buscador para gerar resultados. O que fica de fora é o “molho secreto” da empresa: o algoritmo que organiza e classifica as páginas.
Na prática, significa que concorrentes como o Bing, da Microsoft, e o DuckDuckGo dificilmente terão melhorias significativas. Como o Google deve recorrer, eventuais mudanças ainda podem levar anos para aparecer.
Google no iPhone
O “google.com” provavelmente vai continuar a ser o buscador padrão no iPhone.
O Google paga cerca de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 109 bilhões) por ano à Apple para lidar com pesquisas nos smartphones da marca.
A Apple argumentou que escolheu destacar a Busca do Google como padrão no seu navegador, o Safari, porque ela oferece os melhores resultados de pesquisa.
Na decisão, o juiz deixou o Google continuar pagando empresas como Apple e Samsung para seus produtos e serviços ocuparem posições privilegiadas nos aparelhos delas.
Chatbots de IA
Para chatbots de inteligência artificial (IA), como ChatGPT e Perplexity, que dependem em parte de dados de buscadores, a decisão do magistrado não ajuda muito.
Isso porque as informações mais complexas da Busca do Google, como o sistema de ranqueamento de sites, ficaram de fora das obrigações impostas pela Justiça.
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Google escapa de vender o Chrome e Android
O juiz Mehta decidiu que o Google poderá manter seu navegador Chrome, mas será proibido de fechar contratos exclusivos que garantem sua busca como padrão em celulares e navegadores.
Além disso, a empresa terá que compartilhar dados usados nos resultados de busca. Esta era uma das exigências do Departamento de Justiça dos EUA (DOJ).
Assim, a decisão rejeita o pedido mais extremo do DOJ de vender o Chrome ou partes do Android. E o Google poderá continuar pagando empresas para ter seu sistema pré-instalado.
O que não pode: exclusividade – e nesse ponto a empresa informou que vai recorrer.
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