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Governo Trump confirma aquisição de quase 10% das ações da Intel

by Fesouza
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O governo dos Estados Unidos e a Intel confirmaram na última sexta-feira (22) um acordo de compra de ações. A administração de Donald Trump agora é dona de 9,9% da fabricante de semicondutores a partir de uma aquisição de US$ 8,9 bilhões (ou quase R$ 49 bilhões em conversão direta de moeda).

A negociação se desenvolveu rapidamente, poucos dias depois que a Casa Branca confirmou o interesse na companhia. Segundo o comunicado oficial, o objetivo do investimento é “apoiar a expansão contínua de tecnologia norte-americana e liderança em fabricação“.

A participação acionária do governo em empresas como a Intel não é comum nos moldes desse acordo. Hoje (25), porém, Trump postou em sua rede social Truth que “em algum momento” novas transações similares serão feitas, não necessariamente nessa mesma indústria.

Como é o acordo entre Trump e Intel

  • O dinheiro será viabilizado por meio de acordos diferentes: US$ 5,7 bilhões virá em pagamento ainda não realizado via subsídios do U.S. CHIPS and Science Act, enquanto os US$ 3,2 bilhões restantes são do programa Secure Enclave de contratos para o setor de defesa do país;
  • Anteriormente, a Intel também já havia recebido US$ 2,2 bilhões do governo como parte dos apoios iniciados na administração de Joe Biden;
  • Segundo o acordo, o governo Trump tem uma garantia de poder comprar mais 5% das ações a um valor mais baixo, caso a Intel decida não ter mais controle majoritario da divisão de fundição da empresa, responsável por fabricar chips e outros módulos;
  • O governo dos EUA não terá direito a uma cadeira no conselho e nem direitos de informação e governança sobre a Intel, mas poderá votar em decisões que envolvam a participação de acionistas;

A situação atual da Intel

O CEO da Intel, Lip Bu Tan, agradeceu o interesse de Trump em nota e disse estar ansioso pelo trabalho em direção a um avanço no setor. Semanas atrás, porém, o clima era bem diferente: o presidente dos EUA chegou a pedir a renúncia do executivo sob acusações pouco detalhadas de ligação com a China.

Dias depois, os dois se reuniram, fizeram as pazes e possivelmente iniciaram negociações. Apesar de ser um valor que já estava previsto em contrato, o investimento acelerado deve impulsionar os planos de recuperação da Intel e a expansão de negócios nos próprios EUA.

Em 2024, a Intel trocou de CEO, anunciou demissões em massa e iniciou um plano emergencial de reestruturação após trimestres consecutivos de resultados fiscais abaixo do esperado. Os motivos incluem o atraso em setores em evidência na indústria, como inteligência artificial (IA), a recepção longe do esperado de processadores recentes e a expansão de rivais também em fabricação, como a gigante taiwanesa TSMC.

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Intel teve um 2024 difícil e tenta se reerguer com novo investimento. (Imagem: GettyImages)

Analistas ouvidos pela Reuters indicam, porém, que o dinheiro pode não ser o suficiente para gerar o impacto planejado pelo presidente. O setor de fundição Intel Foundry ainda precisa crescer muito, captar mais clientes e fabricar uma quantidade muito maior de chips para se tornar sustentável.

Além disso, o investimento em semicondutores não traz retornos em curto prazo, como é esperado, e a própria construção de fábricas pode levar anos. Já o envolvimento político na companhia pode preocupar o mercado e outros acionistas, em especial por eventuais conflitos de interesse.

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