As terras raras voltaram ao centro das discussões após o governo da China restringir o acesso dos Estados Unidos aos valiosos recursos. A medida faz parte da disputa entre as duas potências e prevê a necessidade de licenças para as exportações.
O presidente Donald Trump reagiu e chegou a ameaçar aplicar novas tarifas contra Pequim. Segundo analistas ouvidos pelo The New York Times, os chineses demonstram estar numa posição de negociação mais favorável em relação ao passado.

Importância geopolítica das terras raras
- Também chamados de metais raro, eles são elementos químicos presentes na crosta terrestre, mas que são difíceis de se encontrar em grandes quantidades.
- Os materiais são amplamente usados para criação de ímãs superpotentes, baterias de carros elétricos, turbinas e até telescópios espaciais.
- Por conta disso, são considerados estratégicos.
- Hoje, a extração das terras raras está concentrada em apenas alguns países, sendo a China a principal produtora.
- Os chineses controlam 70% deste importante mercado.
- Por outro lado, os EUA também têm acesso aos recursos, mas em grau muito menor.
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China está aumentando a pressão econômica sobre os EUA
A reportagem aponta que o domínio sobre a produção desses minerais e o controle de outras indústrias estratégicas faz a China ter uma capacidade maior do que os Estados Unidos de prejudicar as cadeias de suprimentos. E esta realidade está sendo utilizada por Pequim para pressionar a Casa Branca.
Os EUA agora têm que enfrentar o fato de que têm um adversário que pode ameaçar partes substanciais da economia dos Estados Unidos. A China realmente começou a descobrir como seguir o manual da Casa Branca e, em certo sentido, jogar esse jogo melhor do que os norte-americanos estão jogando atualmente.
Henry Farrell, cientista político da Escola Johns Hopkins de Estudos Internacionais Avançados

A medida chinesa é considerada uma resposta à política de restrições de chips imposta pelo governo Trump. No entanto, restringir o acesso à exploração das terras raras pode causar impactos econômicos muito maiores, uma vez que afetariam quase todos os semicondutores fabricados globalmente. Isso pode fazer com que muitos países acelerem os esforços para construir cadeias de suprimentos para terras raras que não sejam dependentes da China.
Os eventos dos últimos meses colocaram a China em uma posição de negociação mais forte do que a que ocupou durante o primeiro governo Trump. Mas os controles de exportação podem acabar sendo caros para Pequim. Isso ameaça minar a credibilidade da China como uma nação comercial confiável. É um equilíbrio incrivelmente delicado de se atingir.
Yeling Tan, professor da Universidade de Oxford
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