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Headset Astro A30 vale a pena? Conheça mais sobre o modelo com ótimo som — Review

by Fesouza
11 minutes read

Lembro bem quando os headsets Astro eram extremamente cobiçados pela comunidade gamer há mais de uma década. Tantos anos depois, esses aparelhos ainda continuam como a escolha máxima de muitos gamers, agora com preços um pouco mais baixos e venda oficial. Finalmente, eu pude testar um: o Astro A40.

Nas últimas semanas, utilizei o Astro A40 como meu headset principal e pela primeira vez eu tive tantas impressões negativas quanto positivas em um produto vendido pela Logitech. Este headset não é ruim, e certamente está longe disso, mas há erros básicos demais em um aparelho que se propõe a ser high-end e custa mais de R$ 1.100.

Pontos positivos e negativos do headset Astro A30
✅ Pontos Positivos❌ Pontos Negativos
Ótima qualidade sonoraNão tão confortável
Boa construçãoBotões pequenos
Conectividade Bluetooth, via dongle e caboSem aplicativo para PC
Microfone com bom somPreço alto

Design e construção

Se tem uma coisa que a linha Astro tem e a Logitech também sabe fazer, é dar um belo design aos seus produtos. Com o Astro A30 isso não é diferente, e o modelo ostenta um visual rebuscado, com cara de item premium, e não fica muito atrás do seu irmão maior, o Astro A50.

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O headset Astro A30 é muito estiloso (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Disponível em uma coloração azul-escuro ou branco, o headset tem um design mais futurista, mas suave e sem exageros. As conchas são em formato quadrado com bordas bem arredondadas e há plates removíveis para o usuário trocar ou até mesmo customizar, caso queira.

Sem sombra de dúvidas, é um dos headsets gamer mais bonitos que eu já vi e usei, e não precisa apelar para iluminação RGB — bem inútil nesses dispositivos. Quanto à construção, é um produto que você sente bastante firmeza e até uma boa elasticidade sem ouvir tanto daqueles “cracks” quando mexe na carcaça.

Por falar na carcaça, ela é constituída quase que inteiramente de plástico, que seguindo a tendência da Logitech, também apresenta boa qualidade. O material é difícil de sujar, não risca com facilidade, e também não dá indícios de que vai quebrar ao cair no chão pela primeira ou segunda vez — mas todo cuidado é pouco.

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Plates do headset dão um charme adicional ao produto (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Como o Astro A30 é um headset no formato over the ear, ele cobre total ou parcialmente as orelhas do usuário. Nas earcups, há uma espuma viscoelástica revestida com couro sintético bem macio, que podem ser removidas facilmente para limpeza ou troca, pois possuem encaixe magnético.

Quanto ao conforto, esse headset pode apertar a cabeça e as orelhas, algo que eu não sentia com o HyperX Cloud III que usava antes desta análise. O material das conchas é até bem macio, mas o clamping do arco pressiona as orelhas de forma que elas podem bater na parte dura da earcup e também incomoda. Não é dos mais confortáveis que já usei.

Vale notar que o Astro A30 não é um headset tão portátil assim, e embora suas earcups possam ser dobradas, o corpo do produto não permite isso. Apesar dessa característica, a Logitech envia o produto em uma bolsa de proteção bem robusta e bonita, que acomoda o aparelho em viagens para maior segurança.

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Case de proteção tasmbém acomoda firmemente os acessórios (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Botões e microfone

O Astro A30 é um headset gamer que em design e construção não deve em basicamente nada. Ainda falando sobre o corpo desse aparelho, a fabricante distribuiu uma série de botões físicos — felizmente sem touch — pelas conchas.

Quanto ao controle do Astro A30, a navegação dos botões é boa, mas talvez eles sejam pequenos até demais. Na earcup esquerda fica o botão de liga/desliga, um mini joystick para aumentar/diminuir volume e ajustar o som do game e do chat, um botão destinado ao Bluetooth e porta USB-C. Já a concha direita possui somente um switch para mutar/desmutar o microfone, conector do microfone e porta P2.

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Parte principal dos botões do Astro A30 (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Todos os botões funcionam bem, mas talvez eles pudessem ser um pouco maiores, como o de liga/desliga, que nem sempre desliga tão rapidamente. Vale notar que logo acima dele há uma luz que indica status de pareamento e recarga.

Por falar em microfone, o Astro A30 usa um microfone destacável e bem maleável que confere uma boa qualidade sonora, no que eu diria ser bem melhor do que a média. O som, certamente não é similar ao de um microfone Yeti da Logitech, mas me fez largar o meu Maono de entrada em algumas reuniões e entrevistas.

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Microfone do Astro A30 é relativamente flexível (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Há também um microfone integrado, que funciona mesmo quando o modelo está desconectado. Isso é bem legal quando você está ouvindo músicas pelo smartphone e alguém te liga. Claro, a qualidade é obviamente inferior, mas quebra o galho.

Bateria

O Astro A30 é um headset sem fio com uma boa bateria, e por mais que a Logitech diga que o produto dura até 27 horas sem recarga, meus testes apontaram algo perto das 40h de autonomia. É um resultado realmente surpreendente, já que nem sempre as expectativas são cumpridas assim.

Embora a bateria do Astro A30 seja boa, o modelo fica longe de um dos seus principais competidores, como o HyperX Cloud Alpha de 300h. Na concorrência interna ele também fica atrás do Logitech G Pro X 2, que chega a bater quase 100h de uso contínuo sem nem chegar perto do carregamento.

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Conector USB-C, porta P2 e de microfone do Astro A30, respectivamente (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

No meu uso, consegui usar o Astro A30 por mais de duas semanas, ouvindo músicas e assistindo a filmes. Essa autonomia depende muito de como você usa o headset, e em qual volume.

Conectividade

Em termos de conectividade, o Astro A30 é um headset wireless praticamente impecável. O modelo suporta conexão sem fio por meio de um dongle de 2,4 GHz com a conexão Lightspeed; conexão Bluetooth e com fio por meio de um cabo de P2.

Para um microfone dessa faixa de preço esse é realmente o mínimo que se espera, mas nem todo modelo premium traz isso. Dessa forma, os usuários que têm o Astro A30 possuem muita autonomia e possibilidades na hora de usar esse gadget.

Para jogar e assistir a filmes, usei o dongle que vem com o produto, mas atente-se que essa conexão cai conforme você se afasta a poucos metros do PC. Contudo, há maior fidelidade sonora e menos latência nos comandos, sendo realmente ideal para gamers.

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Kit de acessórios que acompanha o Astro A30 (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

O Bluetooth funciona muito bem, principalmente para assistir vídeos e ouvir músicas. Acredito que o melhor dessa conexão é o botão especial do Bluetooth, que facilita na conexão. Com o cabo os usuários também terão uma boa experiência, mas o fio poderia ser revestido em nylon e ser maior, já que tem somente 1,5 m.

A parte mais interessante é que o Astro A30 permite você usar as três conexões simultaneamente. Por aqui, eu usei o dongle em meu PC enquanto trabalhava, a conexão via cabo em um PC de testes e o Bluetooth em um notebook. Tudo funciona perfeitamente.

Som e experiência de uso

No dia a dia, o Astro A30 se comporta como um bom headset gamer e para tarefas mais cotidianas. O modelo possui drivers de 40mm que possuem uma ótima qualidade sonora em um tom mais forte e menos suave, na qual o usuário pode realmente sentir muitas camadas na sonoridade.

Esse é um headset que valoriza muito os graves com uma sensação forte de pancadas, algo característico da linha Astro. A presença dos médios também é fortemente aproveitada, com uma boa presença de vozes em músicas e um som forte de guitarras, por exemplo.

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Headset Astro A30 da Logitech tem som excelente (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Apesar do conjunto da obra ser bem interessante, o Astro A30 desaponta exatamente na experiência de uso geral. Minha maior irritação é com os controles desse headset, que embora eu tenha elogiado, nem sempre fazem sentido.

Por exemplo, aquele controle do tipo mini joystick simplesmente não funciona para passar ou pausar conteúdos conectado ao dongle. Ele aumenta/diminui volume, mas o básico não funciona. O engraçado é que no Bluetooth isso funciona, mas no dongle não. Qual o sentido disso?

Aplicativo

O Astro A30 não possui um aplicativo oficial para computadores, e isso é totalmente inaceitável para um headset gamer premium. Quando comecei a usar o produto, fui direto no site da Astro para baixar o app oficial da marca. Para minha surpresa, não funcionou.

Então, fui atrás do aplicativo oficial da Logitech, afinal de contas meu mouse e teclado antigo funcionam perfeitamente nele. Novamente, a plataforma sequer entendia o Astro A30. Após pesquisar um pouco, descobri não haver app para PCs, somente smartphones.

O aplicativo em questão é o Logitech G mobile e ele é até competente, com informações e ajustes relevantes. A questão é que chega a ser amador o fato da Logitech não dar suporte para o Astro A30 nos computadores, plataforma para o qual o produto foi concebido.

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App Logitech G de celular permite configurar tipo de aúdio e filtros para microfone (Imagem: Felipe Vidal/Voxel

Vale a pena comprar o Astro A30?

O Astro A30 é um bom headset gamer com diversas qualidades, como um som muito apurado para games e música, além da boa construção, ótima conectividade e o microfone removível. No entanto, pode ser um tanto quanto desconfortável e tem um erro básico de não possuir um app para desktop.

Esse é um headset para quem pode gastar mais, já que custa entre R$ 1.100 e R$ 1.300, e quer uma ótima experiência sonora, aliado a várias opções de conexão. Porém, não é tão interessante para quem quer um modelo mais leve, quer mais bateria, conforto e obviamente deseja poder usar um app no PC.

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Headset Astro A30 é bom, mas tem limitações óbvias (Imagem: Felipe Vidal/Voxel)

Eu gosto do Astro A30 e o considero um bom produto, mas esses erros básicos me fazem querer indicar muito mais o Logitech G Pro X, na mesma faixa de preço ou levemente mais barato, do que o Astro A30.

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