A exploração da Lua pode estar mais próxima do que se imagina, mas não por meio da mineração tradicional: empresas já estão adquirindo recursos do satélite natural da Terra antes mesmo de extrair qualquer material.
Recentemente, a fabricante finlandesa de tecnologia Bluefors, especializada em sistemas de refrigeração ultrafrios essenciais para a computação quântica, comprou dezenas de milhares de litros de hélio-3 lunar por meio da empresa comercial espacial Interlune.
O investimento ultrapassou 300 milhões de dólares, tornando-se a maior aquisição de um recurso natural do espaço já registrada, conforme informações são do The Washington Post.

Hélio-3: o combustível do futuro
O hélio-3 é diferente do hélio comum usado em balões. Acredita-se que ele seja abundante na superfície da Lua, exposta diretamente aos ventos solares, sem a proteção de uma atmosfera. Cientistas e empresas veem o hélio-3 como um recurso estratégico por suas propriedades únicas:
- É não radioativo e extremamente leve;
- Pode ser usado como combustível em reatores de fusão nuclear limpa;
- Possibilita resfriamento de computadores quânticos avançados;
- Oferece potencial para energia limpa e sustentável, sem os riscos de radiação associados à fusão convencional.
Apesar de ainda não existir tecnologia operacional para minerar hélio-3 em larga escala na Lua, a Interlune aposta no gás lunar como motor de uma nova era tecnológica. O recurso pode acelerar significativamente o desenvolvimento da computação quântica e abrir caminho para soluções de energia limpa baseadas no espaço.

Mercado de olho na Lua
A compra milionária realizada pela Bluefors mostra que o mercado já começa a valorizar recursos extraterrestres, antecipando o futuro da exploração espacial comercial. Especialistas acreditam que a demanda por hélio-3 deve crescer nos próximos anos, tornando-o um dos elementos mais cobiçados no contexto de inovação científica e tecnológica.
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Enquanto a mineração da Lua ainda enfrenta desafios técnicos e logísticos, acordos como esse indicam que o planeta vizinho já está no radar de empresas e governos em busca de recursos estratégicos para impulsionar ciência e tecnologia na Terra.

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