A câmera HiRISE, a bordo do Mars Reconnaissance Orbiter (MRO) da NASA, alcançou a marca de 100 mil imagens de Marte, anunciou a agência espacial estadunidense nesta terça-feira (16).
A foto comemorativa, feita em 7 de outubro, retrata mesas e campos de dunas em Syrtis Major, a cerca de 80 quilômetros a sudeste da cratera Jezero, onde o rover Perseverance explora rochas e sedimentos antigos.
O feito coroa quase duas décadas de observação de alta resolução do planeta vermelho e alimenta estudos sobre como o vento, a poeira e o gelo moldam continuamente a superfície marciana.
O que a marca de 100 mil imagens revela sobre Marte
- Há quase 20 anos, a HiRISE acompanha as mudanças do relevo marciano com uma nitidez inédita;
- Ao apontar para Syrtis Major no registro de número 100 mil, a equipe pretende entender como o vento desloca areia e como esses grãos ficam retidos na paisagem, formando e remodelando dunas com o tempo;
- Em comunicado, a NASA destacou: “Cientistas estão analisando a imagem para compreender melhor a origem da areia soprada pelo vento que fica presa na paisagem da região, formando dunas”;
- Essa investigação é mais do que um exercício de geologia planetária. O desenho e a migração das dunas são rastros da circulação atmosférica, da força dos ventos sazonais e de como a poeira — onipresente em Marte — se levanta e se deposita;
- Esses processos influenciam desde a operação de naves no solo até a segurança de futuras missões tripuladas;
- Como explicou a agência: “HiRISE é o instrumento de que a missão depende para imagens de alta resolução de feições que vão de crateras de impacto a dunas e depósitos de gelo, além de potenciais locais de pouso.”
Mais do que produzir belas imagens, a HiRISE oferece contexto científico e operacional. Seus retratos do terreno ajudam a equipe a guiar rovers, escolher alvos de perfuração e monitorar encostas instáveis ou tempestades de poeira em formação. Em outra passagem, a NASA resumiu o impacto direto: “Essas imagens ajudam a aprimorar nossa compreensão de Marte e a preparar as futuras missões humanas”.
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Mais dispositivos na superfície marciana
O marco também lança luz sobre a frota ativa no planeta vermelho. Além do MRO e da veterana Mars Odyssey, atuam as sondas europeias Mars Express e ExoMars TGO, a chinesa Tianwen-1 e a missão Hope dos Emirados Árabes Unidos, além dos rovers Curiosity e Perseverance.
A MAVEN, que estuda a atmosfera superior, enfrenta um período desafiador: está em silêncio desde 4 de dezembro e aparentemente começou a girar de modo inesperado. Esse contexto reforça a importância de ter vários “olhos” no planeta, com diferentes instrumentos e órbitas, para garantir dados contínuos e complementares — como a HiRISE vem entregando com consistência desde 2006.
Para o público e para a ciência, a mensagem é clara: cada nova imagem de alta resolução não vale apenas pelo que mostra, mas pelo que permite inferir.
Com a HiRISE, pesquisadores detectam mudanças sutis, interpretam a ação do clima marciano e reduzem incertezas na preparação de missões. Em termos práticos, isso se traduz em escolhas mais seguras de rotas e locais de pouso, melhor previsibilidade de fenômenos atmosféricos e, no futuro, mais segurança para astronautas.
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