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Honor Magic V3: ótimo celular, mas poderia ser melhor pelo que custa

by Fesouza
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Apesar de pequeno na América do Sul, o mercado de dobráveis está despontando em boa parte do mundo. Inclusive, a expectativa das consultorias Canalys e Omdia é que 2026 pode ser o ano de virada, com os envios de remessas de smartphones dobráveis registrando um crescimento de mais de 26%. Já em 2027, a previsão é que mais de 33 milhões de unidades de dobráveis sejam vendidas ao redor do mundo.

Nesse cenário de aumento de interesse nesse tipo de aparelho, as marcas têm enxergado o Brasil como um dos melhores locais para a expansão neste mercado no continente. Isso se explica pelo fato de o Brasil ter a maior população e economia da região.

E tentando fisgar os entusiastas por esses dispositivos, a Honor lançou em junho desse ano no Brasil o Honor Magic V3. Apesar de ter chegado por aqui com quase um ano de atraso, o aparelho chamou a atenção principalmente por na época ser o dobrável mais fino do mundo. Contudo, esse cenário mudou, já que ele perdeu o posto para o Oppo Find N5 e até para o irmão Magic V5.

Só que uma coisa continua sendo fato: o Magic V3 continua sendo um aparelho extremamente poderoso, com boas câmeras e uma das construções mais premium que eu já vi. 

Mesmo assim ainda é possível ficar com algumas pulgas atrás da orelha: para que tipo de pessoa esse aparelho é indicado? Será que está na hora de embarcar no mundo dos dobráveis? Vale a pena pagar o preço que cobram por ele? 

Design

A primeira coisa que chama a atenção no visual do Magic V3 é o quão premium é a construção. As laterais são feitas com um alumínio curvado extremamente resistente e que é muito difícil de riscar. 

Na parte de cima ele tem uma saída de som e na lateral direita ficam o sensor de desbloqueio por digital e botão de volume. Apesar de instantâneo, eu não curto muito o sensor de desbloqueio na lateral, já que eu acho que limita um pouco a interação. 

Já na borda inferior ele tem mais uma saída de som, um microfone, o conector USB-C e ainda a bandeja para dois chips físicos de operadora. Para quem quiser, também é possível utilizar um e-Sim. Um ponto negativo é que ele não abre a possibilidade de expansão de memória via cartão SD ou microSD. 

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Na parte dobrável, o celular da Honor tem uma fibra aerospacial. Quando ele está aberto, os botões acabam se dividindo. O bloqueio fica aqui na parte direita e o volume fica na esquerda. A dobradura é ótima e tudo é muito rígido. A tecnologia nessa parte do celular é a Honor Super Steel, sendo que a promessa é que o aparelho tem uma vida útil de 500 mil dobras. Essa rigidez acaba te obrigando a usar o celular com as duas mãos principalmente para desdobrar. Dificilmente você vai conseguir manusear com uma só mão caso ele esteja aberto. 

Na parte traseira, o Honor Magic V3 tem uma capa verde, que é a única versão que ele possui. Ele também tem esse módulo com as câmeras em formato octogonal, que segundo a Oppo é uma “mistura do clássico com o moderno”. Como tudo no celular, o anel em volta das câmeras é bem resistente, também feito de material aerospacial, e que está em volta de três lentes.

Na parte frontal ele também tem um lente, e não só quando ele está fechado. No formato desdobrado, ele também tem uma lente para selfies. 

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Resumindo, o Honor Magic V3 é quase uma obra prima no visual. Como um celular topo de linha deveria ser mesmo, ele traz basicamente os melhores materiais para a construção de um eletrônico desse tipo. E apesar de não ser mais o dobrável mais fino do mundo, ele é ainda é muito estreito e não incomoda quando está no bolso, por exemplo. 

Tela

Falando sobre o display, o Honor Magic V3 oferece duas experiências diferentes, mas igualmente excelentes. A tela externa, que é quando ele está dobrado, tem 6,43 polegadas, que é um tamanho ótimo para um celular normal digamos assim. O aproveitamento é muito bom e ela quase não tem bordas pretas nas laterais. Na parte de cima, o recorte para a câmera também bem pequeno e não incomoda. 

A tela interna, que é quando o celular está desdobrado, também é incrível. Ela tem 7,92 polegadas e por ser de OLED, assim como a tela externa, o contraste é excelente. O nível de preto é um show à parte e quem já teve a oportunidade de ver ou tem em casa um TV de OLED vai saber do que eu estou falando, por mais que a tecnologia principalmente dos pixels não seja exatamente a mesma.

As cores e o brilho das duas telas são incríveis. Sem dúvida são os melhores displays de um celular que eu já testei. Dentre os diferenciais, as telas vêm com a tecnologia proprietária da Honor chamada de AI Defocus. Segundo a marca chinesa, a solução ajusta o desfoque e entrega mais conforto ocular, permitindo que as pessoas não apresentam aquela chamada visão cansada caso fiquem muitas horas de olho no celular.

Outra ferramenta muito legal que o Magic V3 tem é a PWM. Em português, as siglas significam Modulação por Largura de Pulso. Essa é uma solução presente em telas AMOLED ou OLED que faz com o display ajuste o brilho da tela ligando e desligando rapidamente a luz, de maneira praticamente imperceptível. A tecnologia faz com que o celular fique piscando a tela em uma frequência altíssima e evite que a experiência de uso de tela se torne prejudicial. No caso do Magic V3, o PWM é de 4.320 Hz, que é uma das frequências mais alta de todo o mercado de celulares. 

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Outro aspecto da tela que chama muito a atenção é que praticamente não dá para ver a dobradura na tela interna. Quando a tela está ligada, você só consegue enxergar a divisão em determinados ângulos de luz. 

Tanto a tela externa quanto interna do Magic V3 vêm com uma tecnologia anti-risco, por exemplo. A Honor explica que eles utilizam um revestimento em nanoescala que faz com o display seja cinco vezes mais resistente a riscos do que uma tela tradicional. E essa resistência dá para sentir.

Apesar de a tela interna ter uma textura meio de gel, ela é muito firme. Essa sensação é explicada pela Honor, que diz que essa parte desdobrada do celular tem mesmo um gel de silicone. A construção do Magic V3 é realmente de um flagship na melhor definição da palavra.

 

O que fazer com um dobrável?

O Honor Magic V3 é um celular muito parrudo, com boas configurações. Como um topo de linha que é, ele serve para fazer absolutamente qualquer tarefa quando está dobrado em formato normal digamos assim. Mais um pouco para frente, inclusive, eu vou falar como ele se sai no quesito desempenho. Enquanto isso, eu separei esse trecho do review para contar para vocês um pouco sobre o que é possível fazer com ele desdobrado.

Eu quero começar pelo audiovisual. Para você que como eu não gosta de assistir séries e filmes numa telinha pequena, o dobrável talvez seja a melhor das alternativas quando o assunto é portabilidade. 

Ver vídeos no YouTube em uma tela assim é outra experiência. Não que a tela interna de 7,92 polegadas seja um cinema, mas já é outra coisa. Além de experimentar em tela cheia no formato vertical, você ainda pode deixar na horizontal e ganhar ainda mais em ocupação de tela. Independente do formato você ainda ter as bordas escuras nas laterais, mas para mim nem se compara com o formato de um smartphone padrão.

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No caso do YouTube, você ainda tem algumas opções diferentes de visualização. Não quer tela cheia para ver a playlist? Você pode. Quer que o vídeo ocupe só um espaço no canto para que as informações da descrição apareçam? Você pode também. Quer um formato tela dividida para colocar em cima da mesa? Também dá. Só se atente para não colocar o lado da câmera em contato com a superfície, senão o celular vai ficar balançando. 

Apesar de todas essas possibilidades, talvez a coisa mais legal para consumir conteúdo em vídeo o suporte que vem junto da capinha, que vem dentro da caixa. Levantando a alça, você deixa o celular em pé em várias posições, seja dobrado ou desdobrado. Assim como todo o aparelho, esse suporte é bastante resistente e é uma ótima opção para você deixar ele apoiado em uma alguma superfície e assistir alguma coisa. 

Agora falando de outra tarefa que eu nem tinha imaginado de primeira, mas que como eu tenho o aplicativo baixado, ele apareceu e daí acendeu aquela lâmpada na minha cabeça. Celulares dobráveis como o Magic V3 são ótimos para quem gosta de ler ebooks.

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No caso do aplicativo do Kindle, por exemplo, ele funciona muito bem na tela interna. Seja para ler livros ou até mesmo quadrinhos, o dobrável acaba tendo um desempenho melhor até mesmo que um Kindle. O brilho e tamanho da tela, a taxa de atualização, enfim, um celular dobrável talvez seja um dos melhores leitores digitais que a gente tem hoje em dia, só ficando atrás talvez de um tablet.

Outro negócio muito legal do Magic V3, que não é exclusivo dele, já que outros dobráveis também têm, é a divisão de tela para multitarefa. Com o celular desdobrado você consegue dividir a tela com dois apps e deixar um em cima e outro embaixo ou um na direita e outro na esquerda.

A ferramenta é bem interessante para caso você esteja assistindo uma videoaula e queira ir anotando as informações no app de Notas. Nesse sentido, a experiência talvez seja melhor ainda com uma caneta Honor Magic Pen, que inclusive é a única compatível com esse celular. Só que como virou praxe nos modelos dobráveis atualmente, o Magic V3 também não vem com a caneta na caixa. Então se você quiser mais produtividade, vai ter que inclusive comprar de fora, já que a Magic Pen não é vendida oficialmente aqui no Brasil.

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São vários os recursos dobráveis do celular, então vou citar só mais um, que é o Espaço Paralelo. Ele é uma espécie de celular dentro do seu celular. Com essa ferramenta, o Magic V3 cria uma versão do celular com os apps, fotos, arquivos e documentos que você quer esconder da versão principal do seu smartphone, digamos assim. Então no espaço paralelo você pode deixar informações privadas protegidas com senha ou PIN para que nenhum curioso acesse. 

Bateria

O Magic V3 também é um monstro quando o assunto é bateria. Só que eu diria que nesse quesito é um monstro menor, um monstro domesticável. Ele tem 5050 mAh de bateria no valor nominal, o que faz com que ele não fique muito atrás de outros celulares até que não são topo de linha. Só que o grande diferencial fica também na construção.

Ao invés dos tradicionais íons de lítio, a bateria do Magic V3 é de silício-carbono, composto que possivelmente deve ser o futuro das fontes de energia dos celulares. Um dos principais benefícios do silício-carbono é a densidade energética, ou seja, ela consegue armazenar mais energia em um espaço menor. Por causa desse e outros motivos que o Magic V3 consegue ser tão fino.

Apesar dessa ótima notícia que é o silício-carbono, eu não consegui ver uma tradução tão boa disso no uso prático. No uso cotidiano, a energia durava mais ou menos um dia inteiro, ou seja, eu sempre precisava carregar no final da noite se quisesse ter pelo menos uma quantidade razoável de bateria para o começo do dia seguinte. Uma das respostas para isso é justamente o uso desdobrado, que acaba consumindo mais energia.

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Com uso típico de redes sociais, vídeos, um pouco de jogos e WhatsApp, eu chegava no final de um dia com cerca de 20% de carga apenas. Eu cheguei a imaginar que esse resultado poderia ser um pouco melhor.  Sobre o carregamento, eu também achei apenas ok. Em um pouco mais de uma hora o celular saia de 0 a 100% de bateria. 

E eu digo que achei o resultado da recarga apenas ok porque o carregador do Magic V3 é de 66 Watts. O modelo que a Honor me emprestou não é do padrão brasileiro, o que eu não sei se pode ter influenciado na questão. Deixa aí nos comentários se você manja disso.

Desempenho

O desempenho do Magic V3 também é ótimo, como não poderia deixar de ser. Ele foi o melhor celular multitarefas que eu já testei. A troca entre a tela externa e interna é absolutamente fluída e não tem nenhum tipo de engasgo. Aliás, eu só enfrentei um tipo de travamento, meio inesperado. Eu estava utilizando o TikTok e o app simplesmente travou e fechou automaticamente com aquela mensagem de erro. Possivelmente deve ter sido coisa do próprio app nada a ver com o celular.

O cérebro do Magic V3 é o ótimo Snapdragon 8 Gen 3, que apesar de ser de 2023, ainda é bastante potente. O ponto positivo aqui que é a integração entre o hardware e software funcionam o bastante para que o desempenho não seja um problema. É verdade que em três semanas um celular raramente vai ter algum problema, mas eu considerei a performance do Magic V3 muito boa.

Além dos diversos aplicativos que ficam em segundo plano e abrem rapidamente mesmo depois de um longo tempo, o Magic V3 também se sai muito bem rodando games. Aqui é importante ressaltar que ele não é um celular gamer. Por mais que ele até tenha uma função ou outra para jogos, ele não é um aparelho voltado para esse público.

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Dito isso, eu gostei de jogar nele. Eu testei Free Fire, Diablo Immortal, eFootball, Asphalt Legends e o recém-lançado Resident Evil Survival Unit e todos rodam liso. Os games que permitiam configuração de gráficos deu para colocar tudo no máximo e rodou lisinho.

E a experiência ganha um upgrade quando você joga no modo desdobrado, na tela interna. Só que existem pontos positivos e negativos quando você joga assim. Primeiro, o positivo é que parece que você está jogando num portátil, com uma tela OLED ótima, com bastante definição, cor, é excelente. Só que daí passam 20 minutos de jogatina e você lembra que não é um portátil de fato porque sua mão já começa a doer um pouco. 

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Por não ter sido desenvolvido pensando nisso, o Magic V3 não tanta ergonomia para jogos, então a pegada é ruim. Além disso, tem horas que parece que ele vai escorregar da sua mão, já que não tem um grip firme de um controle. Se você ficar mais de 15 ou 20 minutos também vai perceber uma leve esquentada, mesmo tendo uma câmara de vapor de titânio.

Câmeras

Eu comecei o review elogiando muito a construção e daí fui descendo alguns degraus na bateria, desempenho etc. Agora eu desço mais um para comentar sobre as câmeras. Não me entendam mal, elas não são ruins, são muito boas, eu só talvez estivesse esperando algo ainda melhor. 

E antes de entrar em detalhes, é possível dizer que as câmeras são muito boas. Só que mesmo o Magic V3 sendo um topo de linha, ele não aparece nem mesmo dentre as 50 principais câmeras de smartphones, segundo avaliação do site especializado DXO Mark. De acordo com a página, o V3 está na posição 52 dentre as principais câmeras dos celulares da atualidade, o que é muito pouco para um celular tão parrudo assim e que é o terceiro mais caro do Brasil. Dito isso, vamos para minha avaliação.

O Magic V3 vem com módulo na traseira com três lentes, sendo a grande angular e telefoto de de 50 MP e a ultragrande angular de 40 MP. Todas as câmeras tiram fotos Ultra-HD.

Nas câmeras principais da traseira você consegue registrar imagens em vários formatos, incluindo o modo Abertura, que serve para controlar a quantidade de luz que entra na câmera, noite, para fotos com pouca luz, e um modo filme, que grava em 4K e suporte a HDR10+.

Eu usei mais o modo tradicional da câmera e os resultados na média foram muito bons. Com um ambiente mais iluminado é possível conseguir ótimas fotos com uma boa cor. Em poucos casos eu percebi que uma cor ou outra da imagem ficou um pouco estourada. E uma coisa bacana é que as imagens ficam com bastante detalhe, apesar da falta de nitidez em alguns casos. 

No caso das imagens à noite, o modo de captura que privilegia ambientes com pouca luz faz menos diferença do que deveria. Ele não consegue diminuir tanto assim a distorção dos brilhos, por exemplo, e não deixa necessariamente os objetos e pessoas mais visíveis.

Na lente telefoto, o Magic V3 tem um zoom óptico de 3x e um zoom digital de 100x. E como era de se esperar, os resultados das imagens ficam péssimos quando o zoom utilizado começa a passar ali dos 20 ou 30x. Nesse quesito, ele deixa a desejar e acaba tendo resultados parecidos com celulares intermediários, o que não deveria acontecer. Fotos registradas assim acabam sendo um grande borrão sem forma.

Só que uma coisa que ajuda muito na gravação com a câmera traseira é a visualização da tela de capa. Com essa função ativada, a tela externa mostra tudo que a lente traseira está capturando para que você consiga fazer uma foto ou vídeo melhor com o celular desdobrado. 

Agora, indo para as câmeras frontais, o resultado volta a ser satisfatório. Quando as fotos são tiradas no modo retrato, o recorte de desfoque do fundo funciona bem desde que você esteja com o modo bokeh ativado. 

No resumo, as câmeras do Magic V3 são boas, mas não são excelentes. Vale uma atenção principalmente quando você quiser fazer registros noturnos ou com as lentes frontais. Além disso, a recomendação é não tirar fotos com o zoom máximo da telefoto, já que vai sair tudo um borrão. 

Vale a pena?

O Magic V3 é um grande feito do design, isso é inegável. Só que antes de pontuar mais algumas coisas, eu quero dar mais alguns detalhes sobre esse carinha aqui.

O flagship da Honor está sendo vendido aqui no Brasil com uma versão de 512 GB de armazenamento e 12 GB de memória RAM. Na parte do software, ele tem o MagicOS 8.0.1, que é baseado no Android 14. Durante o review, eu atualizei o aparelho para o MagicOS 9.0.

A interface é intuitiva, mas penei um pouco para me acostumar. Por mais que eu já esteja acostumado com sistemas operacionais de marcas chinesas, ter que me adaptar a duas telas não foi exatamente fácil. Para ser sincero tem muita coisa de personalização que eu acabei preferindo não mexer para não complicar ainda mais a interação, ainda mais que eu ia ficar com ele por menos de 1 mês.

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Além de toda a resistência a impacto, o Magic V3 tem certificação IPX8, que significa que aguenta respingos de água e teoricamente submersão até 2,5 metros por até 30 minutos na água doce. A certificação IPX8 é natural para dobráveis, mas não é o suprassumo. Esse tipo de classificação não resiste contra poeira, por exemplo. E isso deixa o aparelho bastante vulnerável principalmente nas partes móveis com dobradiças, então é melhor ter cuidado e além de usar capinha, garantir distância de areia e qualquer outro detrito.

Por último, para entrar na moda, como não poderia deixar de ser, o Magic V3 tem diversas funções de IA, incluindo até um menu próprio da Honor AI. E é engraçado que alguns desses recursos até já existem em outras marcas, como é o caso do Texto Mágico, que faz basicamente o que o Google Lens já faz e consegue extrair textos de apps ou imagens. 

Ele também tem o Portal Mágico, que parece o Circule para Pesquisar do Google. Com ele, você seleciona uma parte da tela e consegue compartilhar ou pesquisar na internet. É bom falar que o Magic V3 já tem o Circule para Pesquisador do Google, que já é muito bom, então esses recursos acabam ficando meio inúteis.

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Agora sim, vamos para os finalmentes. Eu começaria dizendo que o Magic V3 é uma maravilha do design. A construção do aparelho deixa sinais de um produto premium em cada detalhe, seja na tela, no módulo das câmeras, as laterais, tudo é muito não só bonito, mas durável. Só que para mim, a carcaça destoa um pouco do resto. 

Ao mesmo tempo em que ele é ultra resistente, a bateria, processador e câmeras não acompanham essa qualidade. Com isso eu não quero dizer que o Magic V3 é ruim, muito pelo contrário. Ele é um ótimo aparelho, inclusive, ele é o melhor celular que eu já testei. É fácil indicar um smartphone desse tipo para quem tem dinheiro, já que ele faz praticamente tudo bem e ainda tem o benefício das duas telas.

Só que eu acho que a gente precisa ser crítico com um produto que chegou aqui no Brasil por R$ 20 mil, o que dá arredondado 13 salários-mínimos. Eu esperava um pouco mais de um smartphone que custa o que ele custa.

Em mais de uma oportunidade eu conversei com executivos tanto da próprio Honor quanto da DL, que é a empresa que realiza a importação dele para o Brasil, e em todas as ocasiões eles comentaram que o preço se deve a qualidade dos materiais. E faz até sentido. Em um dos papos, o diretor de comunicação da Honor até argumentou que o titânio, que está na câmara de vapor, não é um material massificado. 

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Ele chegou a falar que o Magic V3 é um dispositivo de nicho mais focado para CEOs, líderes empreendedores, enfim, gente mais exigente mesmo. Eu acho que o que ele falou faz todo o sentido, só que eu não poderia deixar de ser exigente com um aparelho feito para pessoas exigentes.

Obviamente o review do Magic V3 não caminha no sentido de analisar custo-benefício, já que essa é uma categoria que certamente ele ocuparia as últimas colocações. Só que eu acho que à medida que a gente enxerga cada vez mais a entrada de celulares caríssimos no mercado brasileiro, o nosso sarrafo crítico também precisa aumentar. 

A única coisa que eu torço é para que os R$ 20 mil do Magic V3, os R$ 23 mil do Huawei Mate X6 e os absurdos R$ 33 mil do Huawei Mate XT Ultimate não virem o novo normal no nosso país. Porque se for assim, o mercado de dobráveis no Brasil já vai nascer morto.

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