Humane é vendida após fracasso do AI Pin; veja quem comprou

Você já leu mais de uma história sobre a Humane no Olhar Digital. A startup americana surgiu fazendo muito barulho em 2018. À época, convenceu gurus do setor, como Marc Benioff, fundador da Salesforce, de que seu AI Pin seria um estouro. O broche inteligente seria, na visão da Humane, o substituto do smartphone.

Foram 5 longos anos de desenvolvimento até a apresentação oficial do produto, em 2023. As entregas, porém, atrasaram bastante e só começaram em 2024. No ano passado, aliás, escrevi aqui que o aparelho vinha dando sinais de que não decolaria — e que a empresa corria sérios riscos. Pois bem, esse futuro nebuloso acaba de se concretizar.

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Em comunicado à imprensa, a Humane anunciou que está vendendo parte da sua estrutura para a gigante HP. O negócio ficou na casa dos US$ 116 milhões.

Com isso, a startup vai parar de operar e, consequentemente, o seu AI Pin vai parar de funcionar. A Humane já avisou aos seus clientes, em um documento oficial, que os broches ficarão ativos somente até o dia 28 de fevereiro. Após essa data, os Pins “não se conectarão mais aos servidores da Humane”.

A companhia recomenda fortemente que as pessoas baixem fotos, vídeos e notas que estão em seus broches, pois esse material será perdido com o desligamento do servidor.

Aos insatisfeitos, a empresa não vai dar o dinheiro de volta. A Humane só oferecerá reembolsos pelos AI Pins que estejam “dentro da janela de devolução de 90 dias a partir da data de envio original”, de acordo com um FAQ sobre o fim das atividades.

O que deu errado no AI Pin?

A promessa era de substituir os smartphones, mas o AI Pin ficou muito longe desse objetivo inicial – Imagem: Humane / Divulgação
  • Como dissemos, a Humane surgiu como uma estrela entre as startups.
  • Seus criadores são Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, marido e mulher que trabalharam juntos na Apple.
  • Após convencer vários nomes fortes do setor, a companhia conseguiu arrecadar US$ 240 milhões em investimentos.
  • Só que aí vieram os atrasos.
  • O mais grave, porém, foram as falhas — algumas delas gritantes, como o superaquecimento e até o risco de incêndio nos estojos de carregamento.
  • Os primeiros reviews da imprensa americana derrubaram de vez o sonho do AI Pin.
  • O youtuber Marques Brownlee, por exemplo, chegou a chamar o wearable de “o pior produto que já avaliei”.
  • A Humane esperava vender 100 mil pins em seu primeiro ano, mas recebeu apenas 10 mil pedidos.
  • E muitos dos compradores desistiram na última hora.
  • Logo após os primeiros resultados negativos, a Humane contratou um banco de investimento para se vender.
  • A startup se avaliou em cerca de US$ 1 bilhão.
  • A proposta que veio, no entanto, foi bem inferior: US$ 116 milhões por partes da empresa.

Por que a HP comprou a Humane?

A HP disse que planeja adquirir as “capacidades de IA” da Humane, incluindo sua plataforma de software, propriedade intelectual, patentes e alguns funcionários.

A palavra-chave aqui é Inteligência Artificial. A gigante dos computadores não pensa em aproveitar nada do AI Pin em si. A HP, que vende cerca de 53 milhões de PCs por ano, quer adicionar recursos de IA aos seus notebooks para torná-los mais úteis e atrativos (e para não ficar para trás em relação à concorrência).

A HP está de olho no conhecimento que a Humane tem em relação à Inteligência Artificial – Imagem: HJBC/ Shutterstock

De acordo com uma reportagem da Bloomberg, “a equipe da Humane, incluindo os fundadores Imran Chaudhri e Bethany Bongiorno, formará uma nova divisão na HP para ajudar a integrar Inteligência Artificial aos computadores pessoais, impressoras e salas de conferência conectadas da empresa”.

Em comunicado, a HP anunciou que a nova equipe vai receber o nome de HP IQ e será “o novo laboratório de inovação de IA focado em construir um ecossistema inteligente em todos os produtos e serviços da empresa”.

A expectativa é que o negócio de US$ 116 milhões seja concluído até o fim deste mês.

As informações são do The Verge.

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