A Meta apresentou na noite da última quarta-feira (17) a versão final de uma tecnologia prometida no ano passado para uso em Realidade Virtual (VR). Trata-se do Hyperscape, um aplicativo que usa o headset da empresa para gerar gêmeos digitais do local em que você se encontra.
A ferramenta funciona a partir dos próprios modelos de headset Meta Quest 3 ou Quest 3S, sem a necessidade de equipamentos adicionais, e permite ao usuário mapear o ambiente ao redor para gerar uma versão virtual do espaço.
Na demonstração feita para a imprensa no evento Meta Connect 2025, convidados tiveram acesso a um quarto de verdade e a versão imersiva dele, além da recriação de ambientes como uma cozinha do chef Gordon Ramsay e um octógono do UFC, ambos mapeados pelo Hyperscape.
My team at Meta has been working for years on the future of Gaussian Splatting with Hyperscape.
Today we are proudly releasing it so anyone can capture real-world spaces and experience them in VR using a Quest 3 or 3S! pic.twitter.com/cSMr0Qbt56
— Albert Omoss (@albertomoss) September 18, 2025
Por enquanto, o Meta Horizon Hyperscape Capture está disponível na loja interna da companhia apenas em versão Beta e restrita a usuários dos Estados Unidos com 18 anos de idade ou mais. A marca prometeu ampliar o lançamento do app para outros países em breve, além de trazer outros recursos que tornam os mapas mais interativos.
Como funciona o “clone” de cômodos do Hyperscape
São várias as possíveis replicações do Hyperscape, desde treinamento corporativo até a realização de eventos ou para simples entretenimento;
- O Hyperscape trabalha com uma tecnologia chamada Gaussian Splatting, que é uma forma avançada de renderização em 3D no estilo fotorrealista que usa pequenas “manchas” como indicativo de leitura de um ambiente, além de processamento em nuvem e uma poderosa plataforma de transmissão desse material;
- O primeiro passo para criar uma réplica do local é fazer o mapeamento do ambiente usando o Meta Quest, em um processo que leva no máximo 30 segundos. Com o headset na cabeça, o usuário precisa mover a cabeça para os lados em um movimento panorâmico para que a câmera capture todos os detalhes;
- Na segunda etapa do escanemento, o usuário deve caminhar pelo cômodo e se aproximar de paredes e objetos para que o sistema reconheça distâncias e crie a sensação de profundidade entre os elementos. A etapa leva “alguns minutos”, dependendo do tamanho e da complexidade do cômodo;
- Por fim, o resto do trabalho é feito pela própria Meta: todos os dados coletados são enviados para os servidores da empresa e convertidos na simulação em 3D. Isso pode demorar até quatro horas e, quando finalizado, o cômodo aparece pronto para reprodução no aplicativo;
- Até o momento, o usuário parece capaz de recriar apenas ambientes fechados, que foram os tipos de local exibidos como exemplos — não há informações sobre a possibilidade de escanear ou não regiões abertas, como parques ou até o meio da rua;
- O uso do app por enquanto está restrito aos próprios mapeamentos da pessoa. De acordo com a Meta, em breve será possível visitar os cômodos que forem publicados na plataforma pela comunidade;
Jornalistas que testaram o recurso ao vivo elogiaram a capacidade imersiva do aplicativo e a fidelidade da recriação de ambientes. Porém, eles também apontaram que um olhar mais atento revela imperfeições nos ambientes e, especialmente ao chegar perto de objetos, a limitação na interatividade fica bastante visível.
Além do Hyperscape, a Meta também aproveitou a conferência para revelar uma nova geração de óculos inteligentes. As novidades incluem um modelo da Ray-Ban com tela interna que, apesar de empolgar o público, apresentou problemas durante a demonstração ao vivo. Além disso, ela confirmou o lançamento de alguns desses dispositivos para o mercado brasileiro em breve.
Você sabe que fim levou o metaverso de Mark Zuckerberg e por que ele não é mais prioridade para a dona de Facebook, Instagram e WhatsApp? Descubra a resposta neste artigo do TecMundo!