O investimento maciço em inteligência artificial está impulsionando o crescimento econômico e os mercados financeiros, mas sem gerar aumento proporcional na criação de empregos, como explica uma análise da Axios.
Apesar de a taxa de desemprego dos EUA permanecer baixa (4,3%), a geração de novos postos caiu drasticamente — apenas 27 mil por mês entre maio e agosto, contra 168 mil no ano anterior.
Polarização política nos EUA
- O governo Trump vê a IA como motor de riqueza e prefere deixar o setor privado liderar a adaptação.
- “Subestimar a engenhosidade das pessoas é presumir que o governo deve ter a resposta para tudo”, disse Jacob Helberg, assessor da Casa Branca.
- Democratas, porém, alertam para impactos sociais: “Milhões podem perder seus empregos por causa da IA”, afirmou o senador Mark Kelly, defendendo programas de requalificação como prioridade legislativa.
Leia mais
- IA traz riscos, mas ajudará a combater crise climática, diz ONU
- Agentes de IA poderão cuidar da sua vida financeira em breve
- Fazenda vai usar IA para rastrear finanças de fintechs
Crescimento sem mão de obra
Segundo Neel Kashkari, presidente do Fed de Minneapolis, esse cenário não é um paradoxo: data centers e software exigem alto investimento de capital, mas pouca mão de obra para operar.
Enquanto o S&P 500 (indicador de ações mais usado nos EUA) sobe 13,6% em 2025, a confiança dos trabalhadores caiu para o nível mais baixo desde 2013 — apenas 45% acreditam que conseguiriam um novo emprego em até um ano se fossem demitidos.
O desafio é transformar os ganhos de produtividade em renda e oportunidades sem repetir choques econômicos como o da globalização no início dos anos 2000, que elevou salários médios, mas devastou comunidades industriais inteiras.
O post IA aquece economia, mas esfria mercado de trabalho apareceu primeiro em Olhar Digital.