A computação quântica ainda é uma indústria em desenvolvimento, mas os projetos na área para um futuro próximo estão em alta. A IBM é a mais recente empresa a revelar um plano para o setor e quer ser a pioneira de uma categoria inteira desses equipamentos.
A empresa revelou em junho de 2025 os planos para o primeiro computador quântico do mundo em larga escala que é “tolerante contra falhas“. Ele se chama IBM Quantum Starling e deve entrar em operação ainda nesta década, caso o planejamento siga como o esperado.
Se for seja bem sucedida, a IBM pode voltar aos holofotes da indústria depois de ser a pioneira na venda de computadores pessoais na década de 1980 e também uma das referências iniciais em inteligência artificial (IA) com o projeto Watson.
O que é o IBM Quantum Starling?
- O Starling é o projeto de larga escala da IBM capaz de fazer 100 milhões de operações quânticas usando 200 qubits lógicos. Na prática, isso significa que ele deve realizar “20 mil vezes mais operações do que os computadores quânticos atuais” e superar de longe modelos de supercomputadores;
- De acordo com a companhia, esse equipamento pode ajudar no futuro a encurtar “a eficiência de tempo e custo” em áreas como desenvolvimento de medicamentos, descoberta de materiais, química e otimização de processos;
- Por dentro, o computador quântico terá uma arquitetura que o torna tolerante a falhas, otimizado para executar algoritmos complexos e lidar com uma alta quantidade de qubits lógicos sem apresentar a alta taxa de erros de cálculo encontrada atualmente;

- A meta final para que o Starling entre em operação é o ano de 2029. Ele será construído em um novo data center da companhia localizado em Poughkeepsie, cidade dos Estados Unidos que fica na região de Nova York;
- Antes disso, a IBM vai finalizar a construção de alguns dos componentes essenciais para o funcionamento do computador quântico. Eles incluem o IBM Quantum Loon (que faz testes de outras peças envolvendo qubits), o IBM Quantum Kookaburra (processador modular para armazenar e processar informações quânticas) e o IBM Quantum Cockatoo (uma arquitetura de conexão de módulos e chips para criar grandes sistemas usando equipamentos menores interligados;
- Essa estrutura envolve outra característica marcante do Starling: ele é um sistema modular escalável. Em outras palavras, ele mesmo pode ser readaptado para aumentar a própria capacidade e abrir ainda mais possibilidades de aplicação prática.
A situação atual da computação quântica
A empolgação da indústria com a computação quântica por enquanto não acompanha o desenvolvimento prático dos equipamentos desse setor. Não faltam projetos de gigantes da tecnologia para os próximos anos, mas os desafios estruturais e técnicos ainda são grandes para que esses resultados sejam atingidos.
Neste caso, o obstáculo está na forma de lidar com os qubits, ou bits quânticos, que consiste na unidade básica de um computador quântico. São dois tipos existentes: os qubits físicos e os lógicos, que são qubits entrelaçados e capazes de armazenar informações.
A ideia da IBM é utilizar um número cada vez maior de qubits lógicos capazes de executar circuitos quânticos, com o mínimo possível de qubits físicos e, por consequência, com menor taxa de erros que geram a instabilidade desses sistemas.
Como a empresa explica, porém, ainda não há formas concretas de construir um sistema quântico “tolerante a falhas sem uma sobrecarga de engenharia irrealista”. Os computadores atuais dessa categoria operam de forma limitada, com tarefas simples que envolvem principalmente analisar o seu próprio desempenho nos estudos do setor.
Para além da IBM, outras empresas seguem nesse mercado em busca de avanços. Em 2025, a Microsoft lançou o chip Majorana 1, que promete tornar computação quântica popular em alguns anos. A Amazon também revelou no começo do ano o seu processador nessa área, chamado de Ocelot. A Google alega que conseguiu aumentar a precisão de computadores quânticos, mas só acredita na aplicação prática desses equipamento a nível industrial para até 2030.
Quer conhecer a trajetória completa da IBM, essa empresa centenária que já foi tão importante para a indústria da tecnologia? Confira este vídeo preparado pelo TecMundo!