Indústria de petróleo enfrenta dilema entre lucro imediato e sustentabilidade

Algumas grandes petrolíferas, como Shell e BP, que antes se destacavam em investimentos em energia limpa, têm recuado para focar na produção de petróleo e gás.

Outras, como Exxon Mobil e Chevron, concentram-se principalmente em combustíveis fósseis, mas investem em captura de carbono, lítio e grafite para baterias de veículos elétricos.

Empresas estatais, como a Saudi Aramco, também investem em energia limpa, ainda que considerem impossível eliminar totalmente petróleo e gás.

Transição total para energia limpa ainda é um desafio para grandes petrolíferas – Imagem: Lane V. Erickson/Shutterstock.com

Diversificação e motivadores financeiros

Segundo Michael Oxman, professor de Práticas de Negócios Sustentáveis do Instituto de Tecnologia da Geórgia, “os investimentos em energia limpa podem proteger empresas e investidores contra volatilidade de preços de commodities e instabilidade política”.

Ele aponta que a diversificação também cria oportunidades de novas receitas: “Ao desenvolver a expertise dos funcionários e investir em tecnologias emergentes, as petrolíferas podem estar prontas para oportunidades comerciais em biocombustíveis, gás natural renovável, hidrogênio e outros caminhos que se sobrepõem às suas competências existentes.”

Além disso, Oxman observa que a energia limpa pode reduzir custos operacionais, usando solar ou eólica para abastecer poços e edifícios.

Grandes petrolíferas, como a Shell, recuaram em energia limpa e priorizam petróleo e gás – Imagem: Magda Wygralak/Shutterstock

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Pressão pública e desafios da transição

  • As petrolíferas enfrentam crescente pressão de consumidores, reguladores e investidores para reduzir emissões e investir em tecnologias limpas.
  • Algumas, como BP e Equinor, reformularam suas marcas e adquiriram negócios de energia limpa, mas enfrentam críticas de greenwashing.
  • Oxman ressalta: “Lucros de curto prazo causam desastres de longo prazo. A indústria precisa perceber que os riscos climáticos são também riscos comerciais substanciais.”

Embora exemplos como a dinamarquesa Orsted demonstrem que a transição total para energia limpa é possível, Oxman alerta que a maioria das grandes petrolíferas dificilmente se reinventará rapidamente.

“O futuro das empresas e do planeta depende de decisões estratégicas que conciliem interesses comerciais e ambientais”, conclui.

Investimentos em energia limpa protegem petrolíferas contra volatilidade e criam novas oportunidades, mas essa postura ainda não é totalmente adotada pelo setor (Imagem: Khanchit Khirisutchalual/iStock)

O texto original sobre o assunto foi publicado no The Conversation.

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