Instagram escuta suas conversas? Chefe da plataforma responde

O chefe do Instagram, Adam Mosseri, publicou, nesta semana, um vídeo para tentar esclarecer uma das suspeitas mais recorrentes entre os usuários da plataforma: a de que o aplicativo usaria o microfone dos celulares para escutar conversas e direcionar anúncios de forma mais precisa.

No vídeo, Mosseri negou categoricamente a prática e explicou que a precisão dos anúncios exibidos está relacionada ao comportamento dos usuários na internet e dentro do próprio Instagram. A Meta, empresa controladora de Instagram, Facebook, Threads e WhatsApp, tem, nos anúncios, sua principal fonte de receita.

Adam Mosseri tentou desmistificar ideia de que rede social “vigia” seus usuários (Imagem: Divulgação/Facebook)

Nós não usamos o microfone do telefone para espionar você. Primeiramente, se fizéssemos isso, seria uma grave violação de privacidade. Você notaria o consumo excessivo da bateria do seu telefone, além de ver uma pequena luz no topo da tela indicando que o microfone está ativo”, afirmou Mosseri.

Então, como o Instagram manda anúncios “certeiros”?

  • O executivo listou quatro mecanismos que, segundo ele, explicam as coincidências que levam usuários a ver anúncios de produtos sobre os quais conversaram recentemente
  • O primeiro é que o usuário pode ter pesquisado ou clicado em algo relacionado ao produto antes da conversa;
  • Mosseri também afirmou que a Meta trabalha em parceria com anunciantes que compartilham informações sobre quem visitou seus sites, o que permite direcionar publicidade a pessoas com esse histórico de navegação:
    • “Trabalhamos com anunciantes que compartilham informações conosco sobre quem esteve em seus sites para tentar direcionar anúncios a essas pessoas. Então, se você estava olhando um produto em um site, esse anunciante pode nos ter pago para alcançá-lo com um anúncio”, explicou;
  • Outro fator é o comportamento de amigos e pessoas com perfis semelhantes: o sistema pode exibir anúncios com base nos interesses de contatos ou de usuários com gostos parecidos. Assim, se alguém do círculo social do usuário demonstrou interesse em determinado produto, o mesmo anúncio pode ser exibido;
  • O terceiro ponto, segundo Mosseri, é que o usuário pode ter visto o anúncio antes da conversa, sem perceber conscientemente. “Nós rolamos [os feeds] rapidamente. Nós rolamos rapidamente pelos anúncios e às vezes você internaliza parte disso e isso realmente afeta o que você fala mais tarde”, disse;
  • Por fim, o executivo mencionou o acaso como uma das explicações possíveis. Coincidências acontecem, destacou. Ainda assim, Mosseri reconheceu a dificuldade de convencer quem já acredita na teoria. Segundo ele, alguns usuários “simplesmente não acreditarão”.
Mosseri disse que espionar os usuários seria “grave violação de privacidade” (Imagem: Ink Drop/Shutterstock)

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Polêmica é antiga

A Meta e seu CEO e cofundador, Mark Zuckerberg, negam, desde 2016, o uso não consensual de microfones em seus aplicativos. Em uma página de suporte do Facebook, a empresa afirma que o microfone só é utilizado quando o usuário ativa um recurso que o exige, como gravar um story ou iniciar uma conversa de voz com a Meta AI.

O debate ocorre em um momento de forte expansão do Instagram. Em setembro, a plataforma alcançou três bilhões de usuários mensais, consolidando-se como um dos aplicativos de consumo mais populares do mundo. O crescimento tem levado a Meta a dar mais destaque a duas ferramentas centrais para esse desempenho: os vídeos curtos do Reels e as mensagens privadas (DMs, na sigla em inglês).

Para reforçar essa estratégia, o aplicativo vai alterar a barra de navegação da tela inicial, deixando, logo de cara e como primeira tela que o usuário verá, o Reels, seguido pelas DMs. Leia mais sobre nesta matéria do Olhar Digital.

Mudanças no design estão por vir (Imagem: miss.cabul/Shutterstock)

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