Instituto Alan Turing nega acusações de cultura tóxica e má gestão interna

O Instituto Alan Turing, principal centro nacional de inteligência artificial (IA) do Reino Unido, voltou ao centro das atenções após denúncias internas que abalaram sua reputação no último verão europeu. Em entrevista à BBC, o presidente da instituição, Dr. Doug Gurr, negou as acusações de má gestão e ambiente de trabalho “tóxico”, afirmando que uma investigação independente concluiu que “não há substância” nas alegações.

Investigações e saída de executivos abalam o Instituto Alan Turing

As denúncias foram feitas por delatores que alegaram uso indevido de fundos públicos, falhas na execução da missão da instituição e problemas culturais internos. Segundo eles, o Instituto chegou a correr risco de colapso após o então secretário de tecnologia, Peter Kyle, ameaçar retirar o financiamento de £100 milhões.

De acordo com Gurr, todas as reclamações foram apuradas por uma entidade externa não identificada. “Entendo que qualquer transição é desafiadora, mas cada uma das preocupações foi investigada e nenhuma apresentou fundamento”, declarou.

Instituto Alan Turing é acusado de má gestão e ambiente de trabalho “tóxico”; presidente nega (Imagem: PeopleImages.com – Yuri A / Shutterstock)

Apesar das conclusões, o Instituto Alan Turing enfrenta um período conturbado, com três diretores seniores, o diretor de tecnologia e, mais recentemente, o diretor-executivo deixando seus cargos. Além disso, o órgão segue sob investigação da Charity Commission, que avalia sua governança e gestão financeira.

Gurr, no entanto, afirmou que não pretende deixar o cargo e destacou sentir orgulho das conquistas alcançadas durante sua gestão.

Instituto Alan Turing mira novas áreas de pesquisa em IA

Mesmo em meio às turbulências, o presidente reafirmou que o Instituto Alan Turing continua “em forma e preparado” para os próximos desafios. Segundo ele, o foco agora está em fortalecer as áreas onde o Reino Unido possui vantagens competitivas, especialmente talento humano e grandes conjuntos de dados.

Entre os principais projetos em andamento no Instituto Alan Turing estão:

  • aprimoramento da precisão de previsões meteorológicas;
  • redução de emissões no transporte por meio de soluções digitais;
  • pesquisa cardíaca com gêmeos digitais para estudar o funcionamento do coração humano.

Além dessas iniciativas, a instituição deve ampliar sua atuação em defesa e segurança nacional, um pedido feito pelo atual secretário de Negócios, Peter Kyle. O foco inclui pesquisas sobre proteção de infraestrutura crítica do Reino Unido e uso de IA em contextos de conflito.

O Instituto Alan Turing é o principal centro nacional de inteligência artificial (IA) do Reino Unido (Imagem: IM Imagery / Shutterstock)

Gurr reconheceu que parte desse trabalho se sobrepõe a atividades de outras agências, como o UK Research and Innovation (UKRI) e o Ministério da Defesa (MOD), mas afirmou que o Instituto atua em resposta a demandas específicas do momento. “O mundo parece mais perigoso hoje, e a tecnologia desempenha um papel cada vez mais crítico em qualquer forma de hostilidade”, observou.

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Apesar da defesa do presidente, os delatores que ainda trabalham no Instituto Alan Turing afirmaram, sob anonimato, que a reputação da organização “está em ruínas”. Segundo eles, as mudanças anunciadas pela liderança representam apenas “as mesmas palavras sob um novo título”, indicando que os problemas estruturais permanecem.

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