Conforme reportado pelo Olhar Digital, a Intel divulgou resultados acima do esperado nesta semana. O relatório trimestral mostrou uma retomada na demanda por processadores para PCs e indicou progresso nos esforços de reestruturação da companhia.
Apesar da positividade, a Intel, que vem apostando em parcerias com outras gigantes do setor de tecnologia e até com o governo dos Estados Unidos, ainda precisa alavancar seu setor de fundição, o que gera grande dúvida nos investidores.

Intel teve resultados acima do esperado
No terceiro trimestre, a Intel registrou receita de US$ 13,6 bilhões (R$ 73,4 bilhões), superando a estimativa de US$ 13,1 bilhões (R$ 70,7 bilhões). O lucro ajustado por ação foi de US$ 0,23 (R$ 1,24), enquanto o lucro líquido somou US$ 4,1 bilhões (R$ 22 bilhões), revertendo um prejuízo de US$ 16,6 bilhões (R$ 86,1 bilhões) do mesmo período do ano anterior.
O desempenho positivo encerrou a mais longa sequência de prejuízos da empresa em 35 anos – seis trimestres consecutivos. A Intel também adicionou US$ 20 bilhões (R$ 107,4 bilhões) ao seu balanço patrimonial durante o terceiro semestre, o que fez as ações dispararem.
Parte disso se deve às parcerias que a companhia firmou este ano:
- Em agosto, a SoftBank investiu R$ 10,87 bilhões na Intel através da compra de ações. Veja os detalhes aqui;
- A Nvidia também comprou uma participação de US$ 5 bilhões (R$ 26,8 bilhões) na companhia para o desenvolvimento de chips para PCs e data centers. Leia mais neste link;
- Uma das grandes movimentações da Intel neste trimestre foi a compra de 10% de participação acionária por parte do governo dos Estados Unidos. Entenda o negócio aqui.

Empresa agradeceu confiança dos EUA
Inclusive, durante a teleconferência de divulgação dos resultados, Lip-Bu Tan, CEO da Intel, agradeceu a confiança do presidente Donald Trump e destacou o bom momento da empresa:
As ações que tomamos para fortalecer o balanço patrimonial nos proporcionam maior flexibilidade operacional e nos posicionam bem para continuar a executar nossa estratégia com confiança. Em particular, sinto-me honrado pela confiança que o Presidente Trump e o Secretário [Howard] Lutnick depositaram em mim. O apoio deles destaca o papel estratégico da Intel como a única empresa de semicondutores sediada nos EUA com lógica, [pesquisa e desenvolvimento] e fabricação de ponta.
Lip-Bu Tan, CEO da Intel

Intel ainda tem uma dúvida pela frente
Apesar de superar expectativas do mercado, a Intel não deu muitos detalhes sobre sua unidade de fundição, que produz chips personalizados para os clientes.
Como lembrou o TechCrunch, o negócio vem fracassando desde que foi criado e tem sido o foco da gestão de Lip-Bu Tan na empresa. Inclusive, desde que assumiu o cargo, em março deste ano, o executivo vem conduzindo ondas de demissões na divisão.
Mesmo com as dúvidas, a Intel não pode simplesmente se livrar do negócio de fundição. A unidade é estratégica para o governo de Trump (e um dos motivos que o levou a investir na empresa). O acordo prevê até uma penalização caso a Intel se desfaça desse setor nos próximos cinco anos.
No entanto, a falta de detalhes deixa o mercado em dúvida. Em agosto, analistas da companhia disseram ao TechCrunch que a Intel não precisa de dinheiro para fazer a divisão se recuperar, mas sim de uma estratégia de negócio.
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Por outro lado, Tan defendeu durante a conferência que a unidade de fundição está “posicionada de forma única” para capitalizar a crescente demanda por chips, mas sem entrar em detalhes.
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