Estudantes de escolas públicas e privadas na China começarão a ter aulas obrigatórias de inteligência artificial a partir deste mês de setembro, em todos os níveis de ensino. A integração faz parte de uma reforma educacional anunciada pelo país no primeiro semestre.
De acordo com o Ministério da Educação chinês, as aulas de IA estarão disponíveis para os alunos com idade a partir de 6 anos, quando terão o primeiro contato com a tecnologia, aprendendo conceitos básicos. A iniciativa é parte de uma estratégia mais ampla, que prevê a abordagem escalonada com o passar dos anos.
Como vai funcionar o ensino de IA na China?
No novo programa educacional elaborado pelo governo chinês, os estudantes mais jovens terão acesso às noções fundamentais da IA, aprendendo, por exemplo, como funcionam os chatbots inteligentes que se tornaram populares. Nesta primeira etapa, também serão abordados os princípios éticos da tecnologia.
- Já na fase seguinte, que contempla os alunos com 10 anos, as aulas passarão a tratar de assuntos como lógica algorítmica, aumentando os conhecimentos na área;
- Quando chegarem ao ensino médio, por volta dos 15 aos 17 anos, os estudantes deverão ser capazes de lidar com aspectos mais avançados da tecnologia;
- Nesta última etapa, a ideia é que eles sejam capazes de desenvolver programas integrados a soluções de IA, mesmo que tenham funções mais simples;
- Os produtos criados pelos estudantes terão como foco a inovação e a aplicação prática da IA em variados contextos.
A inclusão da IA no currículo escolar da China vinha sendo testada em mais de 100 escolas e agora será expandida com o início do novo semestre letivo. Para os estudantes, a mudança também objetiva o desenvolvimento de habilidades que vão do pensamento independente à resolução de problemas, melhorando, também, a cooperação e a comunicação.
Conforme as autoridades de educação locais, os alunos terão a possibilidade de aproveitar a IA generativa em determinadas tarefas durante o processo de aprendizado. No entanto, o acesso aos recursos inteligentes nas aulas terá restrições, para evitar que a tecnologia automatize todo o trabalho.
De olho no futuro
A revisão do currículo escolar chinês foi acelerada após os avanços mais recentes da IA no país. Com a startup DeepSeek atraindo os olhares do mundo no início do ano, o país criou vários novos cursos superiores voltados para a área, substituindo disciplinas consideradas menos relevante para o desenvolvimento da economia local.
Já com os avanços dos últimos meses, Pequim decidiu inserir o ensino básico, também, neste contexto, de olho na futura liderança da IA globalmente. Os planos incluem formar jovens capazes de programar e operar soluções inteligentes antes da chegada ao ensino superior.
Até 2049, quando será comemorado o centenário da República Popular da China, o país quer ter milhões de jovens familiarizados com a IA desde pequenos, consolidando-se como potência na área.
Curtiu o conteúdo? Continue no TecMundo e compartilhe as notícias com os amigos nas redes sociais.