O Telescópio Espacial James Webb desvendou mais um mistério da galáxia. Por décadas, cientistas buscaram sinais de estrelas supergigantes vermelhas, astros enormes que, em teoria, terminam suas vidas em uma supernova. No entanto, isso raramente parecia acontecer.
Um estudo publicado nesta quarta-feira (8) finalmente flagrou – em detalhes – uma estrela supergigante vermelha antes da explosão.
Estrela supergigante vermelha estava escondido atrás da poeira
O fim da vida de uma estrela supergigante vermelha é a supernova, uma explosão estelar massiva e muito brilhante. Mas esse fenômeno nunca havia sido capturado antes.
Em um estudo publicado no The Astrophysical Journal Letters, astrônomos relataram ter capturado pela primeira vez um vislumbre detalhado desse astro antes da explosão.
A pesquisa também sugere que a estrela supergigante vermelha realmente explodem, mas a dificuldade nos registros acontece porque elas estão escondidas atrás de véus espessos de poeira que atrapalham a visão dos telescópios.
De acordo com Charlie Kilpatrick, da Universidade Northwestern e líder do estudo, em comunicado, só foi possível registrar a supernova devido aos avanços do James Webb.
Como foi a supernova?
A supernova, batizada de SN 2025pht, aconteceu em 29 de junho, em uma galáxa a 40 milhões de anos-luz da Terra. O James Webb e o Hubble haviam fotografado a mesma região antes da explosão.
Os pesquisadores compararam os conjuntos de dados vindos de ambos os telescópios, alinhando as imagens para criar pontos em comum. O que eles perceberam é que uma estrela que havia ali explodiu.
Análises mais aprofundadas confirmaram que o objeto visto pelos telescópios antes da explosão era a estrela progenitora que se tornou a supernova SN 2025pht.
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Estrela supergigante vermelha confirmada
- As imagens revelaram uma estrela muito grande, brilhante e vermelha. Tão vermelha que foi possível ver nas imagens que ela estava envolta em um casulo de poeira;
- De acordo com Aswin Suresh, estudante de pós-graduação em física e astronomia na Northwestern, que também participou do estudo, é a “supergigante vermelha mais vermelha e empoeirada que já vimos explodir como uma supernova”;
- Kilpatrick adicionou que o achado indica que explosões anteriores podem ter sido ainda maiores e luminosas que essas, mas que a ausência de equipamentos avançados pode ter atrapalhado a detecção;
- Segundo o Space.com, a equipe também descobriu que a poeira ao redor da estrela era rica em carbono, em vez da base de silicato normalmente encontrada em supergigantes vermelhas. Isso pode indicar que ela extraiu carbono de seu núcleo durante os anos anteriores à explosão.
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