O governo do Japão enviou um pedido formal à OpenAI para que a empresa norte-americana evite gerar vídeos que infrinjam direitos autorais com o uso do Sora 2, ferramenta de inteligência artificial capaz de criar vídeos realistas de até 20 segundos em 1080p com som, conforme informações do ITMedia.
O apelo foi feito após uma onda de publicações nas redes sociais com vídeos gerados pelo modelo que retratavam personagens de animes e videogames protegidos por copyright, como “One Piece“, “Pokémon“, “Demon Slayer” e “Mario“.
Ministro quer proteger cultura japonesa
- Durante uma coletiva no Gabinete do Governo, o ministro Minoru Kiuchi, responsável pela Estratégia de Propriedade Intelectual e IA, afirmou que o Japão pediu oficialmente à OpenAI para “abster-se de violar propriedades intelectuais japonesas”.
- Kiuchi classificou os animes e mangás como “tesouros insubstituíveis” e enfatizou a importância de proteger o patrimônio cultural do país.
- Outros membros do governo, como o ministro digital Masaaki Taira, declararam esperar que a OpenAI adote medidas voluntárias antes que o governo recorra à Lei de Promoção da IA.
Lei japonesa busca equilíbrio
Aprovada em 2024 e com implementação total prevista para setembro de 2025, a lei tem como meta tornar o Japão o “país mais favorável à IA”, incentivando a inovação, mas também impondo diretrizes éticas para evitar violações de direitos autorais e outros abusos tecnológicos.
Apesar disso, a legislação ainda não prevê penalidades diretas para infrações, limitando-se a incentivar a cooperação das empresas.
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O parlamentar Akihisa Shiozaki, do Partido Liberal Democrata, destacou que o caso do Sora 2 representa tanto um risco quanto uma oportunidade: “O Japão deve liderar a criação de regras globais sobre IA e propriedade intelectual, justamente por ser um país movido pela criatividade”.
A OpenAI chegou a contatar estúdios e agências de talentos antes do lançamento do Sora 2, oferecendo a opção de exclusão, mas não há confirmação de que grandes estúdios japoneses tenham sido incluídos.
O episódio gerou intenso debate no país e acendeu o alerta sobre o impacto da IA nas indústrias culturais e criativas do Japão.
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