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“Jekyll e Hyde” do Universo: James Webb flagra transformação da galáxia Virgil

by Fesouza
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Astrônomos usando o James Webb Space Telescope (JWST) observaram a galáxia Virgil se transformar diante de seus olhos. De jovem e tranquila, formando estrelas, ela se revelou como o lar de um buraco negro supermassivo que consome matéria a taxas impressionantes, desafiando os modelos atuais de formação galáctica.

Essa descoberta coloca Virgil em uma categoria rara, afirma o Space, indicando que buracos negros podem crescer mais rápido que suas galáxias hospedeiras e ajudando a entender a evolução de galáxias e dos “Little Red Dots” do início do universo.

Galáxia Virgil revela seu lado oculto com buraco negro supermassivo, oferecendo pistas sobre o início do universo.
Galáxia Virgil revela seu lado oculto com buraco negro supermassivo, oferecendo pistas sobre o início do universo. Imagem: ESA/Webb, NASA & CSA, G. Östlin, P. G. Perez-Gonzalez, J. Melinder, a Colaboração JADES, M. Zamani (ESA/Webb)

Dois lados da mesma galáxia

Virgil pertence à classe dos “Little Red Dots”, galáxias surgidas cerca de 600 milhões de anos após o Big Bang e desaparecidas quando o Universo tinha 2 bilhões de anos. Estudar Virgil pode revelar para que essas galáxias evoluíram e identificar seus descendentes modernos.

O JWST mostrou que nossas ideias sobre como buracos negros supermassivos se formaram estavam praticamente erradas. Parece que eles muitas vezes avançam à frente das galáxias.

George Rieke, Universidade do Arizona e co-líder do estudo, em nota

Estudos do James Webb corrigem ideias antigas sobre a formação de buracos negros no universo jovem.
Estudos do James Webb corrigem ideias antigas sobre a formação de buracos negros no universo jovem. Imagem: ClaudioVentrella/iStock

O poder do infravermelho

A verdadeira natureza de Virgil só foi revelada com dados do instrumento MIRI, que observa a galáxia em infravermelho. Luz ultravioleta e visível mostrava apenas seu lado tranquilo, mas o infravermelho revelou o buraco negro escondido por densas nuvens de poeira, emitindo enormes quantidades de energia.

“O MIRI nos permite observar além do que UV e luz óptica detectam. É fácil ver as estrelas brilhando, mas há algo mais, que só o MIRI consegue revelar”, comenta Pierluigi Rinaldi, Space Telescope Science Institute.

Principais achados:

  • A galáxia mostra um lado pacífico formando estrelas e outro violento com buraco negro ativo.
  • A poeira cósmica oculta a violência em luz visível, exigindo infravermelho para enxergar o núcleo.
  • Pode existir uma população inteira de buracos negros escondidos que desempenharam papel crucial na evolução do Universo.
Virgil pode não ser único; outros “monstros cósmicos” aguardam serem revelados pelo JWST.
Virgil pode não ser único; outros “monstros cósmicos” aguardam serem revelados pelo JWST. Crédito: NASA/ESA/CSA/STScI/Andrew Levan, Universidade Radboud; processamento: Alyssa Pagan, STScI.

O que vem por aí

Ainda não foram encontrados outros “monstros cósmicos” como Virgil, mas isso pode ser devido à falta de dados profundos de MIRI em regiões maiores do céu. A expectativa é que o JWST revele cada vez mais essas galáxias duais, mostrando segredos do Universo antes invisíveis.

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“Será que estamos cegos para os irmãos de Virgil por que ainda não obtivemos dados igualmente profundos em outras áreas do céu?”, pergunta Rinaldi. “O JWST tem uma história fascinante para contar, removendo aos poucos as máscaras e construindo uma narrativa comum”.

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