A diversão de jogar no PC ou celular pode virar uma dor de cabeça pela alta quantidade de golpes virtuais envolvendo games — e esses cibercrimes não só estão em alta, mas também vão dos mais básicos e óbvios até técnicas sofisticadas. Um novo estudo publicado pela Kaspersky traz mais detalhes sobre esse panorama.
A pesquisa avaliou a quantidade de fraudes, os títulos mais frequentes e os tipos de golpe mais comuns que usam jogos como tema. O público avaliado foi a geração Z, de pessoas nascidas por volta de 1997 e 2012 e o relatório completo pode ser lido por aqui (em inglês).
Essa geração foi escolhida para ser observada por ser a que mais joga e gasta com essa indústria atualmente. Além disso, o comportamento dela também é em média um pouco diferente: esse público migra mais rapidamente de um título para o outro, em especial no caso de tendências.
O cenário dos cibercrimes
- O estudo da Kaspersky avaliou ameaças encontradas pela rede da plataforma de segurança entre 1º de abril de 2024 e 31 de março de 2025;
- O serviço de proteção detectou 19.038.175 tentativas de ataque usando o nome de jogos populares como forma de esconder arquivos mal intencionados;
- Segundo o estudo, jogos hoje são “uma economia cibercriminosa plenamente desenvolvida“, com golpes simples e técnicas sofisticadas;
Além disso, essa quantidade de tentativas de invasão ou fraude nesta faixa de idade tornam a geração Z “uma das audiências digitais mais ativamente exploradas” por cibercriminosos; - A distribuição dessas ameaças é quase toda uniforme ao longo dos meses, ou seja, não há períodos em que os golpes são mais ou menos frequentes;
Os jogos mais usados para atrair as vítimas
De acordo com o relatório, franquias e títulos mais adotados como isca pelos cibercriminosos para aplicar fraudes diversas na geração Z são os seguintes, em ordem de importância:
- Grand Theft Auto
- Minecraft
- Call of Duty
- The Sims
- Roblox
- FIFA
- Among US
- Assassin’s Creed
- Counter-Strike: Global Offensive
- Red Dead Redemption
Dos jogos acima, os dois primeiros se destacam pela alta quantidade de registros: foram mais de 4 milhões de tentativas de invasão detectadas cada em apenas um ano.
Mesmo sem um novo jogo há mais de uma década, a franquia GTA segue altamente popular pela alta quantidade de conteúdos sobre o título e a empolgação pela chegada do novo jogo da Rockstar. Já Minecraft ainda é muito buscado em especial para o download de mods, pacotes de textura e clientes de servidores paralelos.

Títulos com muitos recursos cosméticos, expansões ou microtransações, como Roblox, FIFA, The Sims e CS:GO, estão presentes na lista principalmente por ofertas falsas ou a comercialização criminosa de itens virtuais.
De que tipo de golpes virtuais estamos falando?
Segundo o relatório da Kaspersky, algumas formas de ataque são mais comuns envolvendo os games jogados pela geração Z. A principal ameaça (encontrada em 93% dos casos) é o Downloader, categoria de programas que instala outros softwares e serviços no aparelho da vítima para causar danos variados — como o roubo de credenciais bancárias ou de login, por exemplo.
As demais categorias mais populares são a de adwares (golpes que exibem publicidade indesejada), seguida por trojans (que se disfarçam como um programa legítimo para propagar malwares).

Outras ameaças detectadas em menor escala, mas ainda em quantidade preocupante, incluem os seguintes riscos:
- golpes de phishing envolvendo sites que se parecem com páginas legítimas desses serviços, contendo o download pirata do jogo ou promoções falsas de créditos, moedas virtuais e itens;
- esquemas mais sofisticados como o Hexon Stealer, que coleta dados de serviços populares como Discord e Steam e é comercializado de forma personalizada em fóruns de cibercriminosos;
- o comércio de contas roubadas e itens de jogo tirados de outras vítimas, com uma diferença: essa venda hoje não é restrita à dark web, mas a fóruns menos escondidos e grupos do Telegram.
Para se proteger de golpes envolvendo games, os conselhos do relatório são os mesmos para o ambiente digital no geral. As dicas incluem não clicar em links ou baixar anexos suspeitos, desconfiar de ofertas que parecem vantajosas demais, habilitar segurança como autenticação em dois fatores nas contas e só utilizar plataformas e lojas oficiais para download.
Sabia que é possível extrair dados até mesmo de serviços como o ChatGPT? Saiba mais sobre essa possível vulnerabilidade nesta matéria do TecMundo.