Juíza decidirá futuro do Google nos EUA; saiba o que está em jogo

O destino do controle do Google sobre a publicidade digital está nas mãos da juíza Leonie M. Brinkema. Ela analisou as alegações finais do Departamento de Justiça e da própria empresa sobre como lidar com o monopólio da gigante de tecnologia nos anúncios online. A decisão deve ser anunciada em 2026.

O governo propõe que o Google separe sua plataforma de anúncios, chamada ad Exchange, e compartilhe dados essenciais. A empresa, por outro lado, sugere mudanças mais limitadas, mantendo o núcleo de suas operações intacto. A medida pode afetar bilhões de dólares em negócios da companhia, comenta o The New York Times.

Google enfrenta pressão para dividir operações de anúncios, equilibrando concorrência e controle da plataforma. Imagem: Alex Photo Stock/Shutterstock

O que está em jogo

O caso envolve um processo de 2023, movido pelo Departamento de Justiça e por um grupo de estados dos EUA, que acusa o Google de controlar o sistema de veiculação de anúncios em sites. Quando uma página é carregada, o sistema realiza um leilão em que o Google recebe 8,2 milhões de solicitações de venda de espaço publicitário por segundo.

A juíza já decidiu que a empresa possui monopólio sobre:

  • Ferramentas usadas por editores para vender anúncios;
  • Software que facilita a transação entre editores e anunciantes.

No entanto, não ficou comprovado que o Google controla as ferramentas que os anunciantes usam para comprar espaço publicitário.

Google diz que transferir plataforma de anúncios a outro dono demoraria e afetaria operação, sugerindo ajustes internos como solução. Imagem: Sergei Elagin / Shutterstock.com

Governo quer divisão, Google propõe ajustes

O Departamento de Justiça defende a separação da plataforma de anúncios e a divulgação dos códigos das ferramentas usadas pelos editores, garantindo mais concorrência.

Matthew Huppert, advogado do governo, destacou que “um futuro mais promissor e competitivo pela internet aberta não é apenas possível, é urgentemente necessário.”

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A equipe do Google, liderada por Karen Dunn, argumentou que transferir a plataforma de anúncios para um novo proprietário levaria muito mais tempo e poderia prejudicar a operação. Ela defendeu que mudanças internas e o compartilhamento de dados já seriam suficientes para aumentar a competição.

Google pode ser pioneiro em ter plataforma de anúncios dividida; Apple, Amazon e Meta também enfrentam processos antitruste. Foto: Marcos del Mazo/Shutterstock

Quais os próximos passos

Se a juíza Brinkema decidir pela divisão, será a primeira vez que uma gigante da era moderna da internet sofre uma medida desse tipo. A decisão ocorre em meio a uma ação governamental mais ampla contra empresas de tecnologia, incluindo Apple, Amazon e Meta, todas acusadas de práticas anticompetitivas.

Além disso, o processo deve influenciar o futuro da publicidade online, definindo limites sobre o poder das big techs e sobre como usuários, anunciantes e concorrentes interagem no ecossistema digital.

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