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Juíza obriga Zuckerberg a depor em julgamento sobre jovens e redes sociais

by Fesouza
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O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, foi obrigado por uma juíza de Los Angeles a prestar depoimento no primeiro julgamento que discute os efeitos nocivos das redes sociais em jovens usuários. A decisão, tomada na segunda-feira (20), marca um passo importante em uma série de processos que questionam o impacto de plataformas como Facebook e Instagram na saúde mental de menores de idade.

Além de Zuckerberg, o CEO da Snap, Evan Spiegel, e o chefe do Instagram, Adam Mosseri, também foram convocados a depor. O julgamento está previsto para começar em janeiro de 2026 e será conduzido pela juíza Carolyn Kuhl, da Suprema Corte do Condado de Los Angeles.

Ao fundo, logo da Meta na tela de um notebook; à frente, um martelo de juiz
Julgamento está previsto para janeiro do próximo ano (Imagem: mundissima / Shutterstock.com)

Juíza vê relevância direta dos depoimentos

Em sua decisão, Kuhl destacou que o testemunho dos executivos é essencial, pois pode revelar o grau de conhecimento que cada um tinha sobre os possíveis danos das plataformas e as medidas que deixaram de ser tomadas para evitá-los.

“O depoimento de um CEO é exclusivamente relevante, já que o conhecimento sobre os danos e a falha em agir podem configurar negligência”, escreveu a magistrada na decisão.

A juíza também afirmou que os depoimentos são “únicos” por tratarem de alegações de que as redes sociais teriam projetado recursos intencionalmente viciantes, estimulando comportamentos compulsivos entre jovens usuários.

Empresas tentaram barrar a convocação

Antes da decisão, a Meta havia solicitado que Zuckerberg e Mosseri fossem dispensados de depor pessoalmente, alegando que seus testemunhos anteriores já eram suficientes e que novas audiências poderiam interferir nas atividades da empresa. A companhia argumentou ainda que isso criaria um precedente indesejado para futuras ações semelhantes.

A Snap também tentou impedir a convocação de Evan Spiegel, classificando a decisão como um “abuso de discricionariedade”. Em nota enviada à CNBC, o escritório Kirkland & Ellis, que representa a Snap, afirmou que a decisão “não tem relação com a validade das alegações” contra a empresa.

snapchat
CEO da empresa mãe do Snapchat também foi convocado para prestar depoimento (Imagem: Mashha / Shutterstock.com)

“Embora acreditássemos que as horas de depoimentos já prestadas e outros executivos fossem suficientes, estamos prontos para demonstrar que as acusações contra o Snapchat são incorretas”, disse o escritório.

Leia mais:

Parte de uma onda de processos contra redes sociais

O julgamento faz parte de uma série de ações movidas contra grandes empresas de tecnologia, que enfrentam acusações de deliberadamente criar plataformas e recursos que prejudicam a saúde mental dos jovens.

adolescente celular
Julgamento faz parte de ações contra grandes empresas de tecnologia relacionadas a plataformas que prejudicam a saúde mental de jovens (Imagem: David Pereiras / Shutterstock.com)

Neste mês, Nova York entrou com uma ação judicial contra várias companhias, alegando que as redes sociais contribuíram para o aumento de problemas de saúde mental entre crianças e adolescentes. Em janeiro deste ano, Zuckerberg e outros executivos já haviam prestado depoimento no Senado dos EUA sobre medidas de proteção aos menores no ambiente digital.

O caso de Los Angeles é considerado um dos mais emblemáticos até agora e deve servir como referência para outros processos semelhantes em andamento em diferentes estados norte-americanos.

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