O Kindle Colorsoft chegou ao mercado brasileiro agora em 2025, como uma alternativa para quem gosta de ler quadrinhos no conforto visual que a tela do aparelho proporciona, mas será que ele entrega o que promete?
A versão que eu testei é a Signature, de 32 GB, o que já começa sendo mais espaço que o suficiente para você armazenar os seus livros.
A experiência no geral foi bem interessante. Ao ler livros sem imagens, o processo é bem fluido, o brilho da tela pode se adaptar ao ambiente, a bateria dura bastante, mas eu confesso que, quando se tratava do que o Colorsoft realmente se propõe, que é a leitura de conteúdos com cor, ele pode decepcionar, e deu aquela sensação de “ok, talvez eu não precise de um Kindle colorido agora”.
Construção
O Colorsoft segue o design bem padrão dos outros Kindles. Ele conta com uma parte traseira emborrachada, que, apesar de impedir que o dispositivo escorregue da mão com facilidade, acaba acumulando marcas de gordura das mãos e arranhões, caso você não use uma capinha.
A logo da empresa tem um detalhe bem interessante, nessa versão, quando você move o aparelho, ela apresenta umas cores bem legais. Já o aparelho em si está apenas disponível na cor preta.
Quanto às dimensões, ele tem 12,76 cm de largura, 17,67 cm de altura e 7,8mm de profundidade, e pesa 219g, realmente ideal para levar a qualquer lugar.
A tela tem 7 polegadas, tem resolução de 330 ppi e é antirreflexo, como padrão. O brilho pode ser ajustado pelo próprio usuário, mas há também a opção de brilho automático nas opções.
Ao contrário dos outros modelos, a tela do Colorsoft tem um tom mais azulado, o que pode ser ajustado também na opção “quente”, que fica abaixo do ajuste de brilho.
Eu confesso que preferi usar do jeito que veio mesmo, visto que deu a impressão da tela estar um pouco mais escura. Inclusive, caso goste, é possível fazer um agendamento para que a temperatura da cor mude a partir de um certo horário. A iluminação embutida de 25 LEDs cumpre bem o seu papel, fazendo com que você não tenha problemas ao ler no escuro.
Desempenho
O desempenho no geral, inclusive na leitura de livros em preto e branco segue bastante o padrão de qualidade que você encontra no Paperwhite. Ele é bem fluido, rápido e não decepciona.
A marcação de trechos, que agora tem quatro cores disponíveis: azul, amarelo, rosa e laranja, também é feita sem engasgos. A experiência realmente é de alta qualidade, nada fora do esperado.
Ele também conta com proteção IPX8 contra água, e pode ficar imerso em até 2m de água doce por alguns minutos, então, caso você esteja perto de uma piscina e deixe cair, não vai ter grandes problemas.
Se os Kindles que não são coloridos parecem páginas de livro, o Colorsoft tem uma pegada mais de “folha de jornal”. As cores não são tão brilhantes, mesmo com a opção “cores vivas” selecionada. Elas têm um aspecto mais lavado. Sem falar que, ao dar zoom, ele faz um esforço e acaba “atualizando” a imagem.
A princípio, o conteúdo fica borrado, levando alguns segundos para voltar a ficar nítido, e, até mesmo depois de atualizar, não fica muito confortável para ler. Sinceramente, quem gosta das cores vibrantes e do zoom sem perdas que a tela de um tablet pode oferecer acaba se decepcionando.
Outro detalhe aqui, é que, caso você queira passar algum arquivo com cor para o aparelho via cabo USB, ele vai aparecer totalmente em preto e branco.
Até tem como driblar isso, usando o próprio sistema da Amazon, pelo site https://www.amazon.com.br/sendtokindle. Só assim, o arquivo aparecerá em cores no dispositivo. Eu vou deixar o link na descrição e no comentário fixado.
A bateria durou muito! No site oficial, a Amazon promete cerca de 8 semanas longe das tomadas e realmente foi isso. Em um ritmo de cerca de 1h por dia de leitura, eu demorei um pouco mais de dois meses para chegar a 0%.
Vale a pena?
Se você não lê HQs com frequência, e não faz questão de uma boa fidelidade de cores e tons mais vibrantes, eu diria que não. A experiência um pouco prejudicada e mais lavada do Colorsoft não compensa tanto no final, principalmente se, assim como eu, você é uma pessoa que usa o Kindle mais para ler livros mesmo, sem imagens coloridas.
Já quanto à memória, como consumidora de Kindle há anos eu diria que é bem dispensável, a não ser que você não abra mão de manter inúmeros títulos guardados na biblioteca. E, mesmo assim, o de 16GB já atende bem.
Eu até gostei bastante dos marcadores e das capas coloridas, mas ainda prefiro a experiência de um Paperwhite ou até mesmo um modelo mais em conta, como o Standard, que está atualmente na sua 11a geração e o nosso editor Carlos Palmeira testou, inclusive.
Mas voltando ao Colorsoft, acho que esse é um produto com potencial e ficarei de olho em atualizações e novas versões.