Lemmon risca o céu: como observar o cometa mais brilhante de 2025

Após surpreender observadores com um aumento de brilho explosivo, o cometa C/2025 A6 (Lemmon) se consolidou como a grande surpresa astronômica de 2025. Visto pela última vez há mais de um milênio, esse peregrino cósmico promete um espetáculo para os próximos dias. 

Este guia completo detalha tudo o que você precisa saber para não perder a passagem desse corpo celeste ancestral apontado como o cometa mais brilhante do ano, de acordo com o guia de observação EarthSky.org.

Sobre o cometa Lemmon:

  • Descoberto em 3 de janeiro de 2025 como um ponto de luz extremamente fraco, ele parecia destinado a ser apenas mais um objeto para telescópios;
  • As previsões iniciais indicavam um brilho máximo modesto, em torno da magnitude 9;
  • No entanto, após passar por trás do Sol, o cometa Lemmon ressurgiu em agosto com uma atividade surpreendente, saltando de magnitude 16,5 para 9 em apenas um mês;
  • Agora, as estimativas mais otimistas sugerem que ele pode atingir um brilho de magnitude 3.7, ou até mais;
  • Isso o torna facilmente visível a olho nu em locais sem poluição luminosa.
Cometa C/2025 A6 (Lemmon) observado a partir de Ludington, Michigan, EUA, em 7 de setembro de 2025. Crédito: Mark Wloch via Spaceweather.com

Hemisfério Norte desfruta melhor do espetáculo

O grande show, no entanto, será para os observadores do Hemisfério Norte. Desde domingo (12) até 2 de novembro, o cometa Lemmon estará em sua maior aproximação da Terra e atingirá seu brilho máximo. 

A órbita inclinada e retrógrada (no sentido oposto ao dos planetas) do objeto favorece a visualização em latitudes mais altas, onde, em alguns locais, ele se tornará circumpolar – ou seja, sem desaparecer no horizonte. Para quem estiver no norte, o fim de outubro será o momento ideal para procurar o cometa no céu noturno, logo após o anoitecer.

Foto do cometa C/2025 A6 (Lemmon), visível no céu do Hemisfério Norte nos próximos dias. Crédito: Dimitrios Katevainis / Wikimedia Commons

A vez do Brasil: quando e como observar o cometa no Hemisfério Sul

Para os observadores no Brasil e em outras partes do Hemisfério Sul, a história é um pouco diferente. Durante o pico de brilho do cometa, entre outubro e o início de novembro, ele estará em uma posição muito desfavorável para nós, aparecendo muito baixo no horizonte ou ofuscado pela luz do crepúsculo. A paciência deverá ser nossa maior aliada.

A janela de oportunidade para o Brasil se abrirá a partir de meados de novembro. Nesse período, o cometa se deslocará para constelações mais ao sul, melhorando sua elevação no céu do anoitecer. Ainda assim, as condições não serão tão perfeitas quanto as do norte. 

O Lemmon estará visível baixo no horizonte oeste, logo após o pôr do Sol, imerso na claridade residual do crepúsculo. Para ter sucesso na observação, será essencial buscar um local com horizonte limpo, livre de prédios e árvores, e, fundamentalmente, longe das luzes da cidade. 

Recomenda-se o uso de binóculos devido ao baixo brilho do cometa no céu crepuscular. Um app de observação, como Stellarium, Star Walk ou Sky Safari, pode ser útil para encontrar a posição exata do objeto.

Cometa Lemmon registrado em 10 de outubro de 2025 em Edmonton, Alberta, Canadá. Crédito: Arnold Rivera via Spaceweather.com

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Como fotografar o cometa Lemmon

Esta é uma oportunidade única para fotografar a passagem do C/2025 A6 (Lemmon). Isso porque ele é um objeto “dinamicamente antigo”, com um período orbital que foi recentemente encurtado de 1.350 para cerca de 1.154 anos devido a uma aproximação com Júpiter. A foto que você conseguir tirar será o registro de um corpo celeste que só retornará daqui a mais de um milênio.

A astrofotografia do cometa pode ser feita com diferentes equipamentos. Para obter os melhores resultados, siga as recomendações da plataforma de observação Starwalk Space para cada ferramenta:

Com smartphone e tripé:

  • Modo: Ative o modo Noturno ou Astrofotografia. Se disponível, use o modo Pro/Manual.
  • Configurações: Ajuste o ISO para 1600-3200 e o tempo de exposição para 5 a 10 segundos.
  • Resultado esperado: O cometa pode aparecer como uma pequena mancha, mas a foto tem potencial para revelar mais detalhes do que a observação a olho nu.

Com câmera (DSLR ou mirrorless) e tripé:

  • Lente: Utilize objetivas entre 85mm e 135mm para enquadrar o núcleo e parte da cauda.
  • Configurações: Defina a exposição para 5 a 10 segundos para evitar que as estrelas criem rastros na imagem.
  • Resultado esperado: Captura nítida do cometa e sua cauda mais brilhante, com as estrelas ainda pontuais.

Com equipamento avançado (câmera + rastreador estelar):

  • Vantagem: O rastreador (ou star tracker) acompanha o movimento do céu, permitindo exposições muito mais longas.
  • Configurações: É possível usar exposições de 30 a 120 segundos.
  • Resultado esperado: Imagens detalhadas que revelam estruturas e cores sutis na cauda do cometa.

Independentemente do equipamento, lembre-se: os cometas são imprevisíveis. Prepare-se e fique de olho nas atualizações sobre o brilho do astro.

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