LG Dual Inverter Voice portátil: o ar condicionado portátil ideal? [Review]

Mais de dois anos atrás, a LG me emprestou o aparelho de ar-condicionado portátil deles, o Dual Inverter Voice. Na época, eu demorei para conseguir testar antes deles pedirem de volta, então não consegui escrever a review.

Alguns meses depois, peguei um para mim e venho usando nos últimos dois anos. Neste review, vou falar sobre tudo de bom e de ruim desse aparelho, dizer claramente para quem faz sentido comprar, para quem não faz sentido e responder às principais dúvidas sobre ele.

Design

Como esse aqui é um ar-condicionado portátil, vamos começar pelas dimensões. Nas partes mais largas, ele tem 49 cm de largura, 46 cm de profundidade e 76,5 cm de altura, contando as rodinhas. Parece pouco, mas é um “trambolhinho”. Não é fácil de guardar quando não está em uso.

As rodinhas giratórias ajudam bastante a levar ele de um lugar para outro, desde que não haja degraus ou desníveis. Por conta do seu peso de 32 kg, levantar ou carregar exige esforço, mesmo com os nichos de apoio nas laterais.

O aparelho evapora a água condensada e elimina pelo próprio exaustor, então não é necessário ter um balde para esvaziar água. Dá para usar por meses sem se preocupar, desde que você não precise tombar o aparelho para transportá-lo no porta-malas do carro. Se precisar, é preciso levar até um ralo ou colocar um balde na pequena saída traseira e desrosquear a tampa para escoar a água, senão o porta-malas vai acabar molhado. Aprendi isso do pior jeito.

O corpo é todo de plástico, mas a construção é de ótima qualidade: continua intacto após dois anos. O tubo sanfonado para a janela também é bem durável, sem sinais de desgaste. O problema é quando a janela é muito alta ou o caminho até ela tem obstáculos de cerca de 30 cm — aí fica difícil posicionar o aparelho.

O aparelho chega a ser discreto (Imagem: TecMundo)

O suporte de plástico para a janela é em duas partes e possui várias posições, funcionando em aberturas verticais ou horizontais. Mas não é dos mais práticos: como as partes são presas com parafusos, é necessário usar ferramentas toda vez que trocar de janela. E, se perder algum parafusinho, você vai precisar encontrar outro que se encaixe.

A espuma para vedação lateral é grande, mas, depois de cortada, precisa ser guardada em pedaços para cada janela. Fácil de perder ou estragar, o que prejudica a eficiência do aparelho.

E se a janela for basculante? É possível esticar o tubo para fora e deixar a janela o mais fechada possível, mas sem vedação o ar quente entra e o aparelho tem mais dificuldade de resfriar. Provavelmente, nesse caso, não adianta muito.

A instalação adequada vai depender da sua janela (Imagem: TecMundo)

Se o cômodo não tem janela, dá para colocar o tubo por uma porta entreaberta, mas o calor e a umidade retirados do ambiente vão para outros cômodos. Dá para furar a parede, mas aí já é um nível de obra que provavelmente você não quer. Se for para tanto trabalho, é melhor investir em um ar de parede mesmo.

Resumindo: ele é portátil, mas, a menos que todas as janelas da casa sejam iguais, mudar de um cômodo para outro não é prático. Eu acabei deixando no quarto do meu filho e, no máximo, movendo para o meu quando precisava muito, mas a cama ocupa todo o espaço abaixo da janela, então a posição do aparelho atrapalha.

Funções e potência

O ar-condicionado tem três modos principais: refrigerar (gela o abiente), desumidificar (remove umidade) e ventilar (só faz vento).

O modo ventilador é o único que funciona bem sem o tubo na janela. No modo resfriar, ele sopra ar gelado, mas o ar quente também sai pelo tubo dentro do mesmo cômodo, então o ambiente tende a esquentar em vez de esfriar.

Até como ventilador ele serve (Imagem: TecMundo)

O ventilador tem três velocidades, e o ar sai com força boa mesmo no nível baixo. Não é um ventilador dedicado, mas já refresca bastante.

No modo resfriar, o ar gelado é soprado para cima, onde o calor se acumula, e o cômodo vai esfriando de cima para baixo. Quase uma luta contra a física, já que o ar quente sobe naturalmente.

Comparado a um modelo de parede com a mesma potência nominal, é menos eficiente. Por isso, embora tenha 14 mil BTUs no papel, na prática funciona como uns 10 mil.

Para cômodos pequenos, como meu quarto ou o do meu filho (12 a 14 m²), e temperaturas de São Paulo (mesmo nos dias mais quentes, raramente acima de 38ºC), ele resfriou facilmente. Levar o ambiente a 24–25ºC não foi problema. Colocando em 23ºC, já precisava dormir coberto.

Uma boa opção para pequenos apartamentos (Imagem: TecMundo)

O aparelho permite temperaturas entre 16ºC e 30ºC. Como não sou dos mais friorentos, nunca usei abaixo de 21ºC. Para quem gosta de frio, ele consegue satisfazer em um cômodo pequeno, mas quanto maior o ambiente, mais pessoas e maior a temperatura externa, mais difícil. Ele nunca será tão potente quanto um ar de parede equivalente.

Ah, e ele não aquece, importante ressaltar.

Sobre barulho: sim, é barulhento, mas não demais. O motor condensador fica dentro do aparelho, então faz ruído ao trabalhar. Quanto maior o calor e menor a temperatura configurada, mais trabalha e mais barulho faz. Mesmo em dias de mais de 35ºC, com o aparelho em 21ºC, nunca me impediu de dormir.

Se você é sensível a sons, pode incomodar. Para mim, o barulho é aceitável, comparável a uma faixa de ruído branco no Spotify. O motor é inverter duplo: só faz mais barulho quando está refrigerando ativamente. Chegando na temperatura desejada, fica silencioso, apenas com o ruído do ventilador, e só volta a trabalhar quando necessário. Para mim, calor incomoda mais que barulho.

Outras funções: modo sleep (mais silencioso e desliga após algumas horas), conexão WiFi para controlar pelo app ThinQ e acompanhar o consumo, e compatibilidade com Alexa e Google Assistente. No primeiro ano, só usei controle por voz. Depois de mais de um ano, o WiFi morreu, e agora só uso os botões físicos. Ainda funciona normalmente, mas talvez eu precise levar à assistência para consertar o WiFi.

Consumo

O impacto na conta de luz varia conforme tamanho do cômodo, número de pessoas, eletrônicos ligados, temperatura externa e tempo de uso.

Mesmo com temperaturas baixas, a conta de luz não sentiu tanto peso (Imagem: TecMundo)

O motor inverter duplo é econômico, mas um ar de parede equivalente seria mais eficiente. No meu uso (23–25ºC nos quartos, calor entre 30 e 36ºC), consome 0,5–0,6 kWh por hora, menos de R$ 0,60/h. Ligando 8 horas por noite durante um mês, a conta aumenta no máximo R$ 150. No meu histórico de dois anos, o máximo foi R$ 110.

Outras questões

O aparelho exige tomada de 20 A (3 pinos). Tomadas normais de 10 A não são recomendadas, pois podem superaquecer e causar risco. Não vi versão 220V; usei um transformador de 3000VA ao viajar, funcionou bem.

Se chover, é preciso retirar o tubo da janela, conforme manual. O tubo esquenta, mas, se a saída de ar estiver livre, não aquece o cômodo. Só uma vez esquentei o tubo ao esquecer a veneziana quase fechada.

Disponibilidade: frequentemente indisponível no site da LG, preços variando entre R$ 5 mil e R$ 6.500.

Vale a pena?

Se você pode instalar ar de parede, o portátil não faz sentido. É mais caro, gasta mais energia e a portabilidade nem sempre compensa, a menos que suas janelas sejam iguais.

No meu caso, moro em condomínio que proíbe unidades externas. Ventiladores não resolvem no calor extremo, então o portátil é a opção. Não me arrependo: já salvou muitas noites de calor intenso.

Related posts

Visitante interestelar quebra padrões da astronomia

Microsoft Store tem jogos de Xbox com até 90% OFF

Hackers utilizam falso Teams para ter acesso remoto a computadores