Lua de Júpiter Io não possui oceano de magma, indica nova pesquisa

Io, a lua mais vulcanicamente ativa do Sistema Solar, sempre intrigou cientistas por sua intensa atividade geológica. Por décadas, acreditou-se que essa dinâmica extrema fosse alimentada por um vasto oceano subterrâneo de magma sob a superfície da lua de Júpiter.

Uma nova pesquisa, entretanto, revela que o vulcanismo de Io é sustentado por câmaras magmáticas dispersas no manto, e não por um oceano global. A descoberta desafia teorias antigas e reforça uma compreensão mais localizada das fontes de magma que impulsionam as erupções.

Representação artística da lua Io, de Júpiter, o corpo mais vulcanicamente ativo do Sistema Solar. Imagem: Joshimerbin – Shutterstock

Publicado na revista Nature, o estudo traz informações sobre o impacto das forças de maré na evolução de luas e planetas. Ryan Park, engenheiro do Jet Propulsion Laboratory, destaca que os resultados podem ser aplicados em pesquisas sobre luas como Encélado e Europa, além de exoplanetas e super-Terras.

Análise a partir da sonda Juno

  • Utilizando imagens da sonda Juno, medições gravitacionais e dados históricos, os cientistas concluíram que a maior parte do manto de Io é sólido.
  • A sonda realizou dois sobrevoos próximos, fornecendo informações cruciais sobre a estrutura interna da lua.
  • Scott Bolton, físico espacial do Southwest Research Institute, explicou que “desde a descoberta do vulcanismo de Io em 1979, os cientistas se perguntam como os vulcões são alimentados. Seria um oceano raso de magma ou algo mais localizado?”.
  • Os resultados indicam que as erupções são impulsionadas por câmaras magmáticas locais, enquanto as deformações gravitacionais observadas não sustentam a hipótese de um oceano global próximo à superfície.
Sonda JUNO. Imagem: NASA/JPL-Caltech

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Vulcanismo extremo e forças gravitacionais

Io orbita Júpiter a cada 42,5 horas, sofrendo forças gravitacionais extremas que deformam sua superfície constantemente. Esse fenômeno, chamado de flexão de maré, gera calor suficiente para derreter partes do interior da lua, alimentando o vulcanismo.

Bolton afirma: “Se Io tivesse um oceano global de magma, o sinal gravitacional seria muito maior, indicando um interior mais flexível. O que observamos, porém, é um interior mais sólido“.

Com erupções que atingem centenas de quilômetros e uma superfície coberta por silicato e dióxido de enxofre, Io tem um terreno montanhoso e dinâmico, descrito como uma “pizza cósmica” devido às suas cores vibrantes e atividade constante.

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