Mesmo com o sucesso da Artemis 1, ida à Lua pode atrasar

O sobrevoo da missão Artêmis 1 na Lua foi um sucesso, e se tudo der certo, a espaçonave Orion cairá nas águas da costa da Califórnia neste final de semana. Lançada no dia 16 de novembro, a missão é a primeira de pelo menos outras duas já programadas para acontecer nos próximos anos. A Artêmis 2 está prevista para acontecer daqui 20 meses em 2024, e será uma missão tripulada de sobrevoo à Lua. Já a Artêmis 3 será responsável por levar o homem, e dessa vez uma mulher também, a superfície do satélite mais de 50 anos depois da última vez que estivemos lá.

Mas o calendário de lançamento de missões espaciais não é tão preciso assim. Da mesma forma que a Artêmis 1 estava prevista para 2020, as missões 2 e 3 também podem atrasar. Um dos problemas que poderia contribuir para isso são decisões tomadas em 2014. Na época, a NASA decidiu economizar 100 milhões de dólares e a Orion e o foguete Space Launch System (SLS) ainda eram destinados a outra missão.

Originalmente a espaçonave Orion seria lançada pelo modelo “original” do foguete SLS, conhecido como Bloco 1. E na missão que a sucedesse eles atualizariam o estágio superior do foguete o que o deixaria mais alto e poderoso, ele ficou conhecido como Bloco 1B.

O novo modelo do foguete exigiria modificações na plataforma de lançamento, que levariam cerca de três anos para ficarem prontas após o lançamento da primeira missão.  Por pressões externas e decisão do Congresso acerca do tempo entre as duas missões, foi preciso construir outra base.

A decisão foi tomada para que não fosse necessário esperar os três anos de alterações na primeira plataforma. Mas a construção da nova versão está atrasada há anos e provavelmente ficará pronta só em 2026. Dessa forma a NASA decidiu utilizar o Bloco 1 para o lançamento das três primeiras missões e o novo modelo para as próximas fases da Artêmis.

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A Orion pode atrasar as próximas missões Artêmis

Sem precisar esperar que a nova plataforma de lançamento fique pronta, as próximas missões ainda correm risco de atraso. Outro fator que pode acarretar no atraso da Artêmis 2 e 3 é a espaçonave Orion. A ideia inicial seria utilizar mais de 20 equipamentos, chamados caixas aviônicas, da missão 1 na Artêmis 2, mas seria necessário pelo menos 2 anos para que eles passassem por uma recertificação de hardware. Após isso eles ainda precisam ser meticulosamente instalados, o que demandaria ainda mais tempo.

Para contornar isso, a NASA decidiu alterar o fluxo de produção das caixas aviônicas As que estão em produção e que seriam usadas na Artêmis 3, foram transferidas para a missão 2, e as recuperadas da Artêmis 1 serão usadas na 3. Entretanto alguns equipamentos precisarão ser reutilizados ainda na Artêmis 2. Assim o problema no tempo necessário para recertificação de hardware continua.

Mesmo que tudo indique que a próxima missão não seja lançada antes do início de 2025 a NASA continua firme em dizer que a Artêmis 2 ocorrerá em 2024. “Eu diria que vamos tentar o nosso melhor para chegar lá. Temos hardware que precisamos puxar e então temos que avaliar onde estamos no fluxo e no cronograma. Temos muito trabalho restante.” disse Howard Hu, gerente do programa Orion, ao Ars Technica. Entretanto, o lançamento da Artêmis 3 em 2025 continua totalmente irreal, devido ao tempo. 

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