A Meta enfim deu detalhes técnicos sobre a pulseira que desenvolve para interpretar gestos e comandos das mãos dos usuários. O periférico propõe um novo método de entrada de comandos que é não invasivo, mas mais preciso do que a tradicional visão computacional usada em headsets de realidade mista.
A tecnologia é baseada na eletromiografia de superfície (sEMG, na sigla em inglês), que detecta sinais elétricos gerados pelos músculos para interpretar comandos do usuário sem a necessidade de sensores invasivos. A descrição técnica foi publicada pela empresa em uma pesquisa na revista científica Nature na última quarta-feira (23).
O que a pulseira permitirá fazer?
Na prática, a pulseira permitirá o uso de gestos como método de entrada em dispositivos, incluindo comandos extremamente precisos, sem depender de câmeras.

“Você pode digitar e enviar mensagens sem teclado, navegar em menus sem um mouse, e ver o mundo ao redor de você enquanto interage com conteúdo digital sem ter que olhar na tela do seu celular”, descreve a Meta.
O dispositivo reconhece gestos como toques, deslizes e pinças, além de interpretar escrita feita com os dedos sobre superfícies planas, graças a um sistema de reconhecimento de escrita à mão. Segundo a Meta, a proposta é “conveniente, simples e natural de usar”.
Atualmente, dispositivos como o Apple Vision Pro e o Meta Quest usam câmeras para reconhecer movimentos. No entanto, esse método enfrenta limitações como obstruções visuais, falhas de interpretação e questões de privacidade — já que as câmeras estão constantemente apontadas para o usuário.
Solução em acessibilidade
Além da aplicação em interfaces convencionais, a pulseira também foi idealizada como uma solução de acessibilidade para pessoas com lesões na medula espinhal, desenvolvida em colaboração com a Universidade Carnegie Mellon (CMU), na Pensilvânia, Estados Unidos.
Um protótipo do acessório já foi pareado com o Orion, novo óculos de realidade aumentada da Meta, permitindo o controle por gestos. Agora, equipes dedicadas trabalham em modelos de aprendizado de máquina para tornar os sinais mais precisos e confiáveis — dispensando periféricos tradicionais como mouse e teclado.
“Com o tempo, o sEMG poderia revolucionar como nós interagimos com nossos dispositivos, ajudar pessoas com deficiência de mobilidade a obter mais autonomia e melhorar sua qualidade de vida, e desbloquear novas possibilidades para a interação homem-máquina que ainda não sonhamos”, concluiu a Meta.
Projeto em desenvolvimento há anos
A pulseira não é novidade absoluta: trata-se de um projeto em desenvolvimento há anos. Em fevereiro de 2024, o CEO Mark Zuckerberg já havia revelado o plano da empresa em expandir os métodos de entrada para algo mais preciso e natural.
Por ora, a pulseira permanece como um projeto de laboratório, e ainda não há previsão para o lançamento de um produto comercial.
Se estiver curioso para conferir as minúcias do projeto, pode conferir a publicação da Meta na Nature na íntegra.
Quer acompanhar outras inovações da Meta e do universo da tecnologia? Siga o TecMundo nas redes sociais e fique por dentro das principais novidades sobre dispositivos, inteligência artificial e acessibilidade digital.