A Meta foi alvo de duras críticas no Senado dos Estados Unidos após ex-pesquisadores da companhia afirmarem que a empresa priorizou o lucro em detrimento da segurança em sua plataforma de realidade virtual. O depoimento ocorreu na última terça-feira (9), durante uma audiência do subcomitê de privacidade e tecnologia.
Um dos ex-pesquisadores, Cayce Savage, declarou que a Meta “não é confiável” quando fala sobre a segurança e o uso de seus próprios produtos. Segundo ele, a companhia teria interrompido estudos internos que mostravam que crianças utilizavam os dispositivos de VR e eram expostas a conteúdo sexual explícito.
Savage relatou ainda casos em que menores sofreram bullying, assédio sexual e até foram solicitados a enviar fotos íntimas.
A audiência também contou com a presença de Jason Sattizahn, pesquisador do Meta Reality Labs. Em um dos momentos, a senadora republicana Marsha Blackburn (Tennessee) perguntou se ele se surpreendia com a possibilidade de o chatbot da Meta interagir com crianças em contextos delicados. Sattizahn respondeu negativamente.

Denúncias internas
As declarações fazem parte de uma denúncia publicada pelo Washington Post na segunda-feira (8), baseada em relatos de atuais e ex-funcionários da Meta. Eles alegam que os pesquisadores eram instruídos a não investigar de forma aprofundada como a tecnologia de VR poderia ser nociva para crianças. Dessa forma, a empresa poderia sustentar publicamente que não tinha conhecimento sobre os riscos.
Resposta da Meta
Um porta-voz da Meta negou as acusações, alegando que as informações foram extraídas de documentos internos “selecionados para construir uma narrativa falsa”. O representante acrescentou que não havia qualquer proibição para conduzir pesquisas sobre o uso da plataforma por menores de idade.
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