Meta sob suspeita por lucro com anúncios ilegais no Facebook e Instagram

Senadores dos Estados Unidos solicitaram que autoridades federais abram uma investigação sobre a Meta, dona do Facebook e do Instagram, após revelações de que a empresa teria obtido parte significativa de sua receita com anúncios ligados a golpes e produtos proibidos. As informações foram divulgadas em reportagem da Reuters, que também detalhou documentos internos da companhia.

Segundo a agência, parlamentares reforçaram que as plataformas da empresa têm recebido e exibido anúncios que violariam as próprias regras de segurança. A pressão agora recai sobre a Comissão Federal de Comércio (FTC) e sobre a Comissão de Valores Mobiliários (SEC), que podem analisar o caso formalmente.

Parlamentares pressionam autoridades federais, inclusive a FTC, para investigar lucro com anúncios irregulares por parte da Meta (Imagem: mundissima / Shutterstock.com)

Senadores pedem ação das agências reguladoras

Em uma carta enviada às duas agências, os senadores Josh Hawley e Richard Blumenthal afirmaram que as autoridades deveriam abrir uma investigação imediata sobre a Meta. Eles disseram, segundo a Reuters, que a empresa poderia ser obrigada a devolver lucros, pagar multas e suspender a exibição desse tipo de publicidade caso as violações sejam confirmadas.

A solicitação ocorre após documentos internos da companhia, datados do fim de 2024, mostrarem que cerca de 10% da receita anual da Meta poderia vir de anúncios irregulares, o equivalente a cerca de US$ 16 bilhões. Um dos relatórios citados indica também que aproximadamente US$ 3,5 bilhões seriam obtidos a cada seis meses com publicações de maior risco, como anúncios associados a golpes.

Ainda de acordo com os documentos, regras internas contra fraudes não estariam sendo aplicadas a diversos anúncios identificados por reguladores e até por funcionários como contrários ao “espírito” das políticas da empresa.

Documentos internos da Meta revelados pela Reuters mostram que cerca de 10% da receita anual da empresa poderia ter origem em anúncios irregulares (Imagem: Tada Images/Shutterstock)

Meta reage e nega irregularidades

Após a publicação da reportagem da Reuters, a Meta afirmou ter reduzido em 58% o volume de relatos de golpes feitos por usuários nos últimos 18 meses. O porta-voz Andy Stone declarou que a carta dos senadores “faz afirmações exageradas e incorretas”. Segundo ele, a empresa combate agressivamente fraudes porque usuários, anunciantes e a própria plataforma não desejam esse tipo de conteúdo.

Mesmo com a resposta, os parlamentares demonstraram desconfiança em relação às ações da companhia. Eles destacaram que uma consulta rápida à “Ad Library”, banco público de anúncios da Meta, ainda exibiria publicações relacionadas a jogos ilegais, golpes de pagamento, fraudes com criptomoedas, serviços envolvendo deepfakes e falsas ofertas de benefícios do governo.

Os senadores também mencionaram dados da Reuters segundo os quais a própria Meta teria estimado que suas plataformas estariam associadas a um terço dos golpes registrados nos Estados Unidos. Já a FTC calcula que consumidores norte-americanos perderam US$ 158,3 bilhões em fraudes no último ano. Para os parlamentares, isso poderia indicar que mais de US$ 50 bilhões dos prejuízos estariam relacionados à atividade publicitária da Meta.

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Preocupação com anúncios falsos envolvendo autoridades

Outra preocupação apontada pelos senadores diz respeito a anúncios que simulam comunicação oficial do governo ou de figuras políticas. Eles citaram como exemplo um anúncio falso que afirmava que o presidente Donald Trump estaria oferecendo US$ 1 mil a beneficiários de auxílio alimentar.

Anúncios falsos envolvendo políticos, como o presidente americano Donald Trump, são preocupação extra para os senadores (Imagem: Joshua Sukoff / Shutterstock.com)

A carta enviada à FTC e à SEC menciona ainda que, mesmo após alertas sobre deepfakes envolvendo políticos, a Meta continuaria exibindo conteúdos fraudulentos. Segundo o documento, os beneficiários dessas campanhas seriam supostos grupos de cibercrime com atuação em China, Sri Lanka, Vietnã e Filipinas.

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