Meteoros dão show de brilho nos céus do RS

Nem mesmo a Lua, que estava com 96% de luminosidade (quase cheia), deixando a noite mais clara, foi capaz de ofuscar a passagem de um meteoro pelo céu de Bento Gonçalves (RS) e adjacências na segunda-feira (3).

De acordo com o professor Carlos Fernando Jung, responsável pelo Observatório Heller & Jung, localizado na cidade de Taquara (RS), o meteoro, um fragmento de um corpo celeste ainda desconhecido, foi do tipo “bola de fogo”, com magnitude de -4.4. Já a Lua estava com magnitude de -12.26. Quanto mais brilhante um objeto parece, menor é esse valor (relação inversa). O Sol, por exemplo, que é o corpo mais brilhante do céu, tem magnitude aparente de -27.  

Um pouco mais tarde, já no início da madrugada de terça-feira (4), outro meteoro foi registrado nos céus gaúchos, mais precisamente em Passo Fundo e Santa Maria. Não há informações mais detalhadas sobre esse evento.

Chuva de meteoros Táuridas do Sul tem “enxame” previsto para este mês

Esses fenômenos podem estar relacionados à chuva de meteoros Táuridas do Sul, que está no pico de atividade.

Essa chuva é composta por partículas deixadas pelo cometa 2P/Encke – o segundo cometa periódico identificado na história. As Táuridas são conhecidas por ter longa duração e baixa taxa de meteoros por hora. Em compensação, seus fragmentos são maiores e costumam gerar bolas de fogo brilhantes e até coloridas.

Chuva de meteoros Táuridas do Sul vista em outubro de 2020 sobre a Estação Bharati, na Antártica, acompanhada das luzes da aurora austral, com Marte à direita. Crédito: Ankush Magotra/Reprodução X

No calendário oficial das chuvas de meteoros de 2025, a Organização Internacional de Meteoros (IMO) prevê um “enxame Taurídeo” para este mês, com o número de rastros luminosos e bolas de fogo crescendo de forma expressiva. A expectativa é que essa fase de maior atividade dure cerca de uma semana, com o auge justamente no dia 3, conforme destaca a plataforma Starwalk Space.

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O que é um meteoro “bola de fogo”?

Quando pequenas rochas espaciais, chamadas meteoroides, entram na atmosfera terrestre a altíssimas velocidades, mesmo fragmentos minúsculos aquecem o ar e produzem um intenso clarão, que os astrônomos chamam de meteoro (popularmente conhecidos como “estrelas cadentes”).

Esses eventos são apenas luminosos – não são objetos físicos. “Meteoro não é sólido, não é líquido nem gasoso, é apenas luz”, explica Marcelo Zurita, presidente da Associação Paraibana de Astronomia (APA), membro da Sociedade Astronômica Brasileira (SAB),  diretor técnico da Rede Brasileira de Observação de Meteoros (Bramon) e colunista do Olhar Digital.

Terminologia dos meteoros. Crédito: AMS

De acordo com a Sociedade Americana de Meteoros (AMS), quando o brilho de um meteoro é igual ou superior ao de Vênus (magnitude -4), ele é classificado como “bola de fogo”. Se for ainda mais intenso, com explosão e possível estrondo audível, é chamado de “bólido”.

E não há motivo para preocupação, pois esses fenômenos são inofensivos. Quase sempre o meteoroide se desintegra completamente antes de chegar ao solo. Em raros casos, pequenos fragmentos (os chamados meteoritos) atingem a superfície.

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