A fabricante Micron anunciou, nesta quarta-feira (03), um duro golpe no mercado para consumidores tradicionais de dispositivos de armazenamento de memória. Em breve, a popular marca Crucial vai deixar de existir oficialmente.
O comunicado publicado pela empresa revela que dispositivos da linha Crucial, incluindo modelos de RAM e SSDs, serão comercializados no máximo até fevereiro de 2026, quando unidades possivelmente já fabricadas ainda serão enviadas para lojas e clientes.
No lugar, a Micron foi honesta sobre o futuro da empresa e vai seguir a tendência de mercado de atender o setor da inteligência artificial (IA) e servidores dessa área.
“O crescimento direcionado pela IA em data centers levou a uma alta demanda por armazenamento e memória. A Micron tomou a difícil decisão de sair do mercado para consumidores da Crucial para aumentar a oferta e o apoio para clientes estratégicos em segmentos de crescimento mais veloz“, diz o comunicado oficial.
A Micron diz ainda que a alteração na estratégia faz parte de um alinhamento a “vetores de crescimento lucrativo“. Isso significa a manutenção do suporte para clientes corporativos e a expansão da fabricação e venda de componentes para clientes de IA.
De acordo com a marca, funcionários da Crucial terão prioridade no direcionamento para outros cargos na empresa com o objetivo de “reduzir o impacto” da mudança. Não há detalhes sobre quantas pessoas serão afetadas com o fechamento da marca.
A nova crise de memórias
O fechamento da Crucial é mais um duro golpe para consumidores de componentes para PC, desde entusiastas mais veteranos até quem buscava novos componentes para um aparelho.
A marca era uma das mais populares do setor em vendas e recepção da crítica especializada, ao lado de nomes como Western Digital, Kingston e Samsung.
- A saída do mercado consumidor para focar em IA é mais um reflexo da atual situação da indústria que já é descrita como uma crise no setor de chips de memória;
- Com o fim da Crucial, há ainda menos opções para compra de RAM e SSD para montagem de aparelhos. As fabricantes restantes, para piorar a situação, apresentam preços cada vez maiores para esses componentes;
- O motivo da alta repentina é a alta demanda por IA. Fabricantes de memórias agora priorizam esse tipo de peça pelas encomendas de grandes dimensões e uma maior margem de lucro;
- Como resultado, já há uma escassez em chips de memória para o consumidor. Lojas dos EUA estão tirando preços desses produtos das prateleiras, tamanha a movimentação;
- Empresas como a Asus já alertam que computadores ficarão mais caros pela escassez, enquanto a Samsung praticamente já confirmou que vai repassar ao preço final dos produtos essa alta nos componentes.
- Por outro lado, marcas como AMD e Nvidia podem optar por reduzir ou encerrar linhas “baratas” de memória, ao menos temporariamente e enquanto durar a crise.
Outros celulares lançados em 2026 por mais fabricantes, caso as marcas não tenham estocado chips de memória, provavelmente também passarão por um acréscimo de preço.
Será que estamos em uma bolha da IA? Confira um lado dessa história nesta matéria do TecMundo!