Os microplásticos estão presentes em praticamente todos os lugares, sendo identificados no solo e até mesmo na água. Pesquisas indicam que, desde 1990, o consumo destas pequenas partículas aumentou seis vezes, realidade que pode ser comprovada pela presença delas em diversos órgãos humanos.
Apesar dos alertas, ainda não sabemos ao certo qual o impacto destes materiais na nossa saúde. De acordo com um novo estudo, eles podem afetar os nosso ossos, sendo responsáveis pelo aumento dos casos de osteoporose em todo o mundo.
Aceleração da degradação óssea
De acordo com os pesquisadores, os microplásticos podem interromper o funcionamento das células-tronco da medula óssea, essenciais para manter e reparar o tecido ósseo. Isso pode gerar uma condição chamada osteoporose, levando ao enfraquecimento dos ossos e a maior probabilidade de fratura. A conclusão foi apresentada em estudo publicado na revista Osteoporosis International. Nele, a equipe revisou 62 artigos científicos que realizaram vários testes de laboratório e em animais sobre os possíveis efeitos dos micro e nanoplásticos nos ossos.
As análises revelaram que os microplásticos estimulam a formação de osteoclastos, células criadas na medula óssea que degradam o tecido ósseo para promover a reabsorção. Neste processo o corpo se decompõe e elimina ossos velhos ou danificados. Ao mesmo tempo, as partículas induzem o envelhecimento celular prematuro, modificando a expressão gênica e desencadeando respostas inflamatórias.
A combinação desses efeitos gera um desequilíbrio no qual os osteoclastos destroem mais tecido ósseo do que é regenerado, causando um enfraquecimento acelerado da estrutura óssea. Além disso, os pesquisadores descobriram que o acúmulo de microplásticos no corpo diminui a contagem de glóbulos brancos, o que sugere alterações na função da medula óssea.
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Efeitos dos microplásticos não são totalmente conhecidos
- Os microplásticos são pequenas partículas sólidas de materiais baseados em polímero com menos de cinco milímetros de diâmetro.
- Além de levar milhares, ou até milhões de anos para se decompor, elas estão espalhadas por todo o planeta, inclusive na própria água potável.
- Essas substâncias podem ser divididas em duas categorias: primárias e secundárias.
- Os primários são projetados para uso comercial: são produtos como cosméticos, microfibras de tecidos e redes de pesca.
- Já os secundários resultam da quebra de itens plásticos maiores, como canudos e garrafas de água.
- Este tipo de material já foi detectado em diversos órgãos humanos, sendo encontrados no sangue, cérebro, coração, pulmões, fezes e até mesmo em placentas.
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