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Microsoft vai retomar trabalho presencial e muda regras para evitar protestos

by Fesouza
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A Microsoft é mais uma empresa de tecnologia a alterar o regime de home office implementado desde a pandemia da covid-19. A partir do ano que vem, um novo planejamento entra em vigor exigindo o retorno ao escritório de parte dos funcionários.

De acordo com um documento compartilhado pela Microsoft com a equipe, a transição começa em 2026 e demanda que os funcionários estejam no escritório ao menos três vezes por semana. O planejamento será dividido em três fases, com a primeira delas sendo na região de Puget Sound — uma enseada que pertence ao estado de Washington e faz divisa também com Seattle.

Colaboradores que moram ao menos a 80 km de distância do escritório nessa região serão os primeiros a voltar ao regime presencial a partir de fevereiro. Em seguida, essa medida será aplicada aos funcionários de outras partes dos Estados Unidos e, por fim, às equipes de outros países.

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A sede da empresa em Bellevue, Washington. (Imagem: Reprodução/Microsoft)

Segundo a carta, assinada pela gerente de Recursos Humanos da empresa, Amy Coleman, o prazo de implementação é longo para que todos tenham tempo de ajustar a própria rotina às mudanças. O motivo apontado pela empresa para o retorno é produtividade, em especial para a construção de produtos de inteligência artificial (IA).

“Nós analisamos como nossas equipes melhor trabalham e os dados são claros: quando as pessoas trabalham juntas presencialmente com mais frequência, elas prosperam — ficam mais energizadas, empoderadas e entregam resultados mais fortes. Na medida em que construímos os produtos de IA que vão definir esta era, precisamos desse tipo de energia e ímpeto que vem quando pessoas espertas trabalham lado a lado, resolvendo problemas desafiadores juntas”, diz a nota.

Fora essa mudança, a Microsoft já promoveu duas grandes rodadas de demissão neste ano: uma reestruturação em maio, que envolveu cerca de 6 mil funcionários de todos os setores, e outra em julho, ao dispensar 9 mil pessoas em especial de equipes relacionadas ao Xbox. O CEO da empresa, Sayta Nadella, disse posteriormente que “a Microsoft está prosperando” e que ela está focada em passar por uma transformação pela IA.

Mudanças contra protestos

Outra alteração feita pela Microsoft recentemente envolve medidas para reduzir manifestações de funcionários contra lideranças e a própria empresa. De acordo com o The Wall Street Journal, uma das mudanças está nas comunicações internas.

Um canal online anteriormente usado para que funcionários questionassem os próprios gerentes e discutissem “tópicos sociais mais sensíveis e importantes” foi encerrado. Além disso, agora nem todos os colaboradores terão permissão para entrar em certos prédios da sede da empresa, que fica em Redmond, no estado de Washington.

O motivo das limitações é barrar protestos e manifestações de funcionários em especial sobre contratos mantidos pela Microsoft com o estado de Israel a partir do Azure, o que incluiria supostamente o uso militar da plataforma nos ataques contra a região de Gaza.

No fim de agosto, durante uma manifestação, funcionários chegaram a entrar no escritório do presidente da empresa, Brad Smith, para protestar e foram demitidos. Anteriormente, a empresa já havia bloqueado emails sobre “Palestina” e “Gaza” de funcionários e demitiu duas manifestantes que interromperam um discurso de Nadella para questionar a parceria.

A Microsoft alega que revisou as atividades feita por Israel com produtos e serviços da Microsoft e não encontrou indícios de que elas foram usadas para ferir pessoas. Saiba mais sobre esse estudo nesta matéria.

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