A migração para o Windows 11 ainda não foi concluída, apontou o diretor de operações da Dell, Jeffrey Clarke, na conferência de resultados do terceiro trimestre da empresa. Cerca de 500 milhões de computadores podem ser atualizados para o novo sistema, mas usuários insistem em ficar no Windows 10 — mesmo sem suporte oficial.
“Ainda não concluímos a transição para o Windows 11”, afirmou Clarke. “Na verdade, se compararmos com o fim do suporte do sistema operacional anterior, estamos de 10 a 12 pontos porcentuais atrás com o Windows 11 em relação à geração anterior.”
O suporte oficial ao Windows 10 terminou em 14 de outubro deste ano. A Microsoft mantém atualizações de segurança apenas para quem aderiu ao programa de suporte estendido ou possui uma das poucas edições com manutenção garantida.
Mercado dividido: compatibilidade não é o único obstáculo
Hoje, cerca de 1,5 bilhão de PCs rodam Windows no mundo, apontou a fabricante. Desse total, 500 milhões não são compatíveis com o Windows 11 e devem ser substituídos em breve — um movimento que cria uma janela de oportunidade significativa para fabricantes de hardware.
Por outro lado, outros 500 milhões de computadores estão aptos a receber o Windows 11, mas continuam no Windows 10.
Os motivos podem ser vários: o novo sistema operacional acumulou má fama ao longo dos anos, tanto pelos bugs frequentes quanto pela inclusão de serviços e funções nativas consideradas desnecessárias por parte dos usuários.
Previsões para 2026 e o contraste com analistas
Mesmo com o lento avanço da migração, a Dell não projeta explosões de demanda. Jeffrey Clarke prevê “vendas sustentáveis, mas nada exagerado” para 2026 — uma visão mais cautelosa que a da Counterpoint, que recentemente estimou um possível salto no mercado impulsionado pela adesão aos PCs compatíveis com IA.
Resultados financeiros reforçam aposta em servidores
No terceiro trimestre de 2025, a Dell reportou US$ 27 bilhões em receita, um crescimento de 11% em relação ao ano anterior. Para o quarto trimestre, a expectativa é chegar a US$ 31,5 bilhões.
Já no ano fiscal de 2026, a empresa projeta US$ 111,7 bilhões em receita, impulsionados principalmente pelo setor de servidores — um segmento que cresce à medida que empresas aceleram investimentos em infraestrutura e inteligência artificial.
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