Já imaginou engolir uma cápsula eletrônica capaz de monitorar sua saúde intestinal por dentro? Essa é a mais nova criação de pesquisadores do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech). Eles desenvolveram um “minilaboratório” em formato de cápsula, com um sistema de sensores e eletrônicos minúsculos capazes de monitorar diferentes parâmetros. O artigo que apresentou a PillTrek, como a cápsula é chamada, foi publicado na revista Nature Electronics.
Ela pode ajudar em diagnósticos sem o desconforto de exames tradicionais, que costumam ser mais invasivos, como a endoscopia e a tomografia computadorizada. Além disso, esses tipos de exames só podem ser realizados em hospitais e não fornecem resultados em tempo real.
Como a cápsula funciona
A PillTrek possui apenas 7 mm de diâmetro e 25 mm de comprimento, mas é composta por diversos componentes. Sua estrutura inclui:
- Tampa protetora
- Camada de isolamento
- Adesivo condutor
- Placa adaptadora (PCB)
- Bateria
- Interface eletroquímica analógica (AFE)
- Regulador de voltagem
- Interruptor magnético
- Módulo de radiofrequência (RF)
Ela foi produzida com componentes de baixo custo e baixo consumo de energia. É capaz de detectar:
- Eletrólitos
- Metabólitos
- Hormônios como serotonina e dopamina
- Glicose
- pH
- Força iônica
- Temperatura
Seus biomarcadores ajudam a identificar e monitorar condições como a síndrome metabólica que aumenta o risco de doenças cardíacas e diabetes e inflamações.
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Tecnologia promissora e personalizável
A criação da PillTrek só foi possível graças aos recentes avanços em materiais de sensores e técnicas de medição de biomarcadores. Ela ainda pode ser “personalizada” e equipada com sensores específicos, de acordo com a necessidade de monitoramento de cada paciente.
Ela foi projetada para operar sem fio por longos períodos no trato gastrointestinal. Isso significa que pode permanecer no corpo e transmitir medições continuamente, em tempo real. Os pesquisadores também desenvolveram um aplicativo para celular que recebe e exibe essas medições.
A PillTrek foi testada em coelhos e apresentou excelentes resultados nas medições de pH, temperatura, glicose e serotonina. Em declaração publicada no site oficial da Caltech, a coautora do artigo explicou:
Cápsulas ingeríveis têm um potencial significativo no diagnóstico, monitoramento e gerenciamento de condições crônicas, mas dispositivos anteriores eram muito limitados em termos de capacidade de detecção, duração e tamanho. Este trabalho é um passo importante na transição para dispositivos que podem fornecer informações médicas significativas para pacientes e médicos.
Azita Emami
A equipe espera avançar ainda mais no design da PillTrek, tornando-a ainda menor e reduzindo seu consumo de energia. Isso permitiria que ela funcionasse por mais tempo dentro do corpo antes de precisar ser substituída.
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