A Amazon anunciou, nesta terça-feira (28), a redução de cerca de 14 mil cargos corporativos numa nova rodada de demissões. O objetivo é reduzir burocracia e realocar recursos, com foco em iniciativas de inteligência artificial (IA), diz a empresa.
O movimento ocorre após 27 mil cortes, feitos entre entre 2022 e 2023. E o anúncio sucede reportagens recentes sobre um plano interno que poderia chegar a até 30 mil desligamentos – quase 10% do quadro da Amazon.
IA acelera ‘reengenharia’ da Amazon
A direção da empresa diz que seu desempenho é sólido, mas que a IA generativa mudou o ritmo do setor. A meta agora é operar de forma mais enxuta, com menos camadas e mais “ownership”.
- No contexto da Amazon (e de outras big techs), ter “ownership” quer dizer que cada equipe ou funcionário deve assumir responsabilidade direta pelos resultados, tomar decisões com autonomia e agir como se fosse dono do negócio ou do produto.
Apesar dos cortes, a Amazon segue contratando em áreas estratégicas. E banca investimentos bilionários em infraestrutura de nuvem e IA.
Escopo e motivações
A Amazon tem cerca de 1,56 milhão de funcionários mundo afora. Desses, 350 mil são da força corporativa. Se os 30 mil desligamentos se consolidarem, seria a maior reestruturação da história da empresa nessa área.
O discurso oficial fala em remover camadas, reduzir burocracia e realocar recursos para as “maiores apostas”, com a empresa operando como a “maior startup do mundo”.
A adoção de IA generativa é apresentada como a tecnologia mais transformadora desde a internet – gatilho para acelerar produtividade interna.
Segundo a imprensa internacional, a agenda do CEO da Amazon, Andy Jassy, também corrige a supercontratação da pandemia. A automação com IA e a busca por ganhos de eficiência sustentam a reestruturação, enquanto áreas estratégicas seguem contratando.
Como será a transição
A maioria dos afetados terá 90 dias para buscar realocação interna (times de recrutamento vão priorizar esses candidatos). Para quem sair, a Amazon fala em indenização, outplacement (programa de recolocação profissional) e benefícios de saúde.
Nos bastidores, a política de retorno 100% presencial (5 dias/semana) não gerou a rotatividade esperada. Há casos classificados como “saída voluntária” (sem indenização) entre quem não comparece ao escritório.
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Dinâmica financeira e o que vem a seguir
A AWS cresceu 17,5% no segundo trimestre de 2025 – abaixo de Azure da Microsoft (39%) e Google Cloud (32%). E estimativas apontam o terceiro trimestre em US$ 32 bilhões (+18%). A empresa mantém 250 mil vagas sazonais para períodos de festas (mesmo patamar dos últimos anos).
Ao mesmo tempo, a Amazon projeta capex de US$ 118 bilhões (cerca de R$ 680 bilhões) em 2025, com grande parte para data centers e infraestrutura de IA. A expectativa interna é continuar ajustes e contratações seletivas até 2026.
Para quem não sabe: capex é abreviação de capital expenditure, que significa despesa de capital. No caso da Amazon, significa o dinheiro investido em bens duráveis e infraestrutura, como data centers, servidores, prédios, equipamentos e tecnologia – tudo o que sustenta a operação de longo prazo da empresa.
(Essa matéria também usou informações da Bloomberg e da Reuters.)
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