Um novo estudo publicado no site do Proceedings of the National Academy of Sciences (PNAS), uma das revistas científicas multidisciplinares mais respeitadas do mundo, sugere foi descoberta uma substância que ainda não havia sido detectada em materiais extraterrestre, mas que agora pôde ser constatada no asteroide Bennu, que foi mostrado pela missão OSIRIS-REx, da NASA.
O que foi notado por meio do estudo
- Pesquisadores anunciaram a descoberta de um dos precursores da “molécula da felicidade” — o aminoácido Tryptophan — em material obtido a partir do asteroide Bennu, algo nunca observado antes em amostras extraterrestres.
- O achado amplia o leque de compostos orgânicos detectados fora da Terra: já haviam sido identificadas todas as cinco bases nucleobases usadas no DNA/RNA (adenina, citosina, guanina, timina e uracila), além de 14 aminoácidos presentes em organismos vivos — mas o triptofano ainda não.
- O triptofano é precursor de moléculas essenciais ao funcionamento da vida como a conhecemos: o neurotransmissor Serotonina (muitas vezes chamada de “molécula da felicidade”), o hormônio do sono Melatonina e a vitamina B3. Vale destacar que uma forma de vitamina B3 havia sido detectada antes na amostra de Bennu, o que contribui para a veracidade da descoberta atual.
NASA/Goddard/Universidade do Arizona
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Por que o triptofano nunca havia sido detectado?
A explicação para a molécula nunca ter sido vista antes em meteoritos ou amostras espaciais está no fato de que ela é sensível e facilmente degradável.
Como a coleta do material foi realizada de forma cuidadosa, retirando cerca de 121,6 gramas do asteroide, é possível que as moléculas frágeis tenham sido preservadas.
Impacto nas teorias sobre a origem da vida
“Nossos resultados ampliam as evidências de que moléculas orgânicas prebióticas podem se formar em corpos planetários primitivos em processo de acreção e podem ter sido transportadas por impactos para a Terra primitiva e outros corpos do Sistema Solar, contribuindo potencialmente para a origem da vida”, escreveram os cientistas no artigo publicado no PNAS.
Sobre a amostra de Bennu e os riscos do asteroide
Bennu mede cerca de 500 metros de diâmetro e, segundo estimativas da Nasa, tem probabilidade de impacto com a Terra de 1 em 1.750 até o ano de 2.300 — o que torna o estudo do seu material ainda mais relevante para entender não só a vida, mas também potenciais riscos futuros.
Atualmente, é estimado que a data de maior risco de impacto entre o asteroide e a Terra é em 24 de setembro de 2.182.
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