Moléculas do exercício estimulam novos neurônios mesmo sem atividade física

Um novo estudo sugere que parte dos benefícios cerebrais da atividade física pode ser transferida de um organismo para outro — sem que o receptor dê um único passo.

Pesquisadores da Universidade de Illinois demonstraram que vesículas extracelulares (VEs), moléculas liberadas na corrente sanguínea durante o exercício, conseguem estimular a formação de novos neurônios quando injetadas em animais sedentários.

O estudo foi publicado na revista Brain Research.

Vesículas presentes no sangue de animais ativos aumentaram a neurogênese em camundongos sedentários – Imagem: nobeastsofierce / Shutterstock

Como o experimento funcionou

  • As VEs são pequenos “pacotes biológicos” capazes de atravessar a barreira hematoencefálica e ativar a neurogênese no hipocampo.
  • Para testar seu potencial, cientistas dividiram camundongos em dois grupos: um com acesso constante à roda de exercício durante quatro semanas e outro totalmente sedentário.
  • Após esse período, eles coletaram sangue dos animais e isolaram dois tipos de vesículas: as derivadas de camundongos ativos (ExerVs) e as de camundongos sedentários (SedVs).
  • Em seguida, um novo grupo de animais sedentários recebeu injeções de ExerVs, SedVs ou placebo.
  • O resultado foi marcante: aqueles tratados com ExerVs registraram aumento expressivo na formação de novas células, das quais 89,4% se transformaram em neurônios.
  • Esses animais produziram cerca de 50% mais neurônios recém-formados do que os grupos controle.

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Benefício cerebral do exercício pode ser transferido via sangue, dizem pesquisadores – Crédito: Izf/Shutterstock

Possível caminho para novas terapias

Os testes foram replicados em outra população de camundongos, reforçando a robustez dos achados. Apesar do aumento na neurogênese, a estrutura geral do hipocampo permaneceu estável, o que indica um equilíbrio natural entre criação e poda de neurônios.

Embora ainda não se saiba se esse crescimento neuronal melhora a cognição, os pesquisadores enxergam potencial terapêutico. Se resultados semelhantes forem observados em humanos, VEs induzidas pelo exercício podem ajudar pessoas com mobilidade reduzida ou doenças neurológicas.

Os próximos passos incluem investigar se essas moléculas podem beneficiar memória, aprendizado e proteger o cérebro contra condições como TEPT, depressão e Alzheimer.

Moléculas do exercício estimulam o nascimento de novos neurônios e podem abrir caminho para futuras terapias (Imagem: nepool/Shutterstock)

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