Uma dúvida que há séculos intriga especialistas em arte e admiradores da pintura mais famosa do mundo parece finalmente ter uma resposta objetiva. Um estudo conduzido por pesquisadores alemães revelou que, apesar da longa controvérsia, a personagem retratada por Leonardo da Vinci na Mona Lisa está, sim, sorrindo.
A descoberta foi publicada na revista Scientific Reports e realizada por cientistas do Instituto para Áreas de Fronteira da Psicologia e Saúde Mental, em Freiburg. O trabalho sugere que a interpretação comum entre críticos de arte — de que o rosto de Mona Lisa expressa tristeza ou neutralidade — pode estar equivocada. Segundo os pesquisadores, a percepção da figura como feliz foi amplamente majoritária entre os participantes do estudo.

Testes controlados indicam sorriso na pintura original
- Para chegar a essa conclusão, os cientistas realizaram dois experimentos com voluntários observando a obra.
- No primeiro, os participantes analisaram nove imagens diferentes da Mona Lisa: oito versões digitalmente alteradas para parecerem mais alegres ou mais tristes, além da pintura original.
- Essas imagens foram apresentadas em ordem aleatória, cerca de 30 vezes, e os observadores deveriam classificar cada uma como exibindo um sorriso ou uma expressão de tristeza.
- Segundo os resultados, a versão original da Mona Lisa foi classificada como sorridente em 100% das respostas.
- “Ficamos muito surpresos ao descobrir que a ‘Mona Lisa’ original é quase sempre vista como feliz”, afirmou o autor principal do estudo, Jürgen Kornmeier, em comunicado.
- “Isso contraria a opinião comum entre historiadores da arte”, acrescentou.
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Percepção visual muda conforme o contexto
O segundo experimento reforçou ainda mais os achados. Dessa vez, os cientistas apresentaram apenas a versão original da pintura com outras variações modificadas para expressar tristeza. O objetivo era avaliar se a percepção do sorriso se alteraria diante de um ambiente mais melancólico. E, de fato, os voluntários passaram a interpretar a Mona Lisa como mais sóbria nesse novo cenário.

“A pesquisa mostra que nossa percepção — por exemplo, se algo parece feliz ou triste — não é absoluta, mas se adapta ao contexto com uma velocidade impressionante”, explicou Kornmeier.
Apesar do mistério em torno da expressão, registros históricos indicam que Lisa Gherardini, a mulher retratada por Da Vinci, teve uma vida relativamente positiva. Casada com um comerciante de tecidos em Florença, ela ficou viúva e criou os filhos com o apoio da herança deixada pelo marido — um enredo de vida que, agora se sabe, pode mesmo estar refletido em um sorriso discreto, mas real.
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