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Motorola Edge 60 Pro: bateria GIGANTE, mas e o resto? [Análise/Review]

by Fesouza
13 minutes read

O Motorola Edge 60 Pro é um dos celulares mais interessantes que a Motorola lançou nos últimos tempos e também, talvez, o melhor intermediário premium nessa faixa do mercado lançado no primeiro semestre de 2025.

O grande diferencial dele é a bateria. Esse é o primeiro celular da Motorola com um componente feito a base de silício-carbono, que, em resumo, permite ter uma capacidade maior de bateria mesmo em um corpo menor.

É por isso que o Edge 60 Pro tem 6.000 mAh de bateria, enquanto o Edge 50 Pro trouxe 4.500 mAh. É uma diferença bem grande! E a parte boa é que eles têm quase as mesmas dimensões e peso. E o novo modelo, é claro, também traz toda a identidade visual que a Motorola vem construindo com a Pantone, e que me agrada bastante.

Confira agora todas as informações do celular e o que achamos depois de usá-lo por algum tempo.

Design e tela

A identidade visual da Motorola já é algo muito claro para todos nós. A empresa vem investindo nas suas parcerias, e a Pantone é uma bem estratégica. Tanto que a maioria dos celulares da empresa, atualmente, traz cores bem diferentes do padrão da indústria.

Não é diferente com o Edge 60 Pro. O aparelho continua fino e leve, com cerca de 186 gramas. A Motorola também traz cores como um roxo bem vibrante, um azul e esse cinza meio esverdeado que eu recebi pra testar. Todos eles têm acabamento texturizado usando um material plástico, mas no geral, o celular continua muito confortável.

As laterais dele são em alumínio, e o formato curvo ajuda nessa impressão de “tela infinita”. Ele também tem bordas muito finas e isso aumenta ainda mais essa percepção. Outras melhorias incluem um certificado militar de resistência a quedas, arranhões e altas ou baixas temperaturas, e até a proteção IP69 contra jatos d’água. Essa foi uma evolução bacana e que promete mais durabilidade.

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Motorola Edge 60 Pro na cor cinza esverdeada (Imagem: TecMundo)

Outra adição é o novo botão na lateral esquerda. Ele agora serve para ativar o Moto AI, o pacote de recursos de inteligência artificial da Motorola. Por outro lado, você ainda tem como opção usar o botão de liga/desliga com o Gemini.

Eu também gosto do formato que a Motorola adotou para as câmeras. Ele é levemente sobreposto em relação à traseira, mas traz quatro módulos um pouquinho maiores.

Apesar de muito parecido com o 50 Pro, o novo Edge 60 Pro agora tem uma tela com os quatro cantos curvos. É uma decisão que favorece e muito o design, esse aparelho é um dos mais bonitos da marca. Mas, por outro lado, também me traz preocupações quanto à durabilidade. Ele usa o vidro Gorilla Glass 7i nessa parte.

A tela pOLED do Edge 60 Pro tem 6,7 polegadas, resolução 1.220p e taxa de atualização variável de até 120 Hz. Ela alterna entre 60 Hz, 90 Hz e até o valor máximo, mas sem a tecnologia LTPO. Ela ainda tem profundidade de cor de 10 bits, suporte para HDR10+ e um pico de brilho de 4.500 nits — que, assim como no Razr 60 Ultra, só é ativado no modo automático e em raras ocasiões.

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Um breve demonstrativo das cores da tela. (Imagem: TecMundo)

É uma tela ótima e que representa uma bela qualidade de imagem, além de ter cores muito vibrantes — e que você pode trocar para tons naturais, caso prefira. O contraste também é um outro ponto muito alto dessa tela, fazendo dele um belo aparelho para consumir conteúdo ou jogar.

A única coisa que me incomoda é justamente a tela curva nos quatro cantos. Esse é um bom diferencial e deixa o celular com uma cara muito premium, parecendo ser ainda mais caro. Mas, além da preocupação com uma possível queda, essa tela acaba exibindo muitos reflexos exatamente nesses pontos de curva.

Fora isso, o aparelho também traz um áudio de boa qualidade. As saídas duplas de som trazem tecnologia Dolby Atmos, têm um bom nível de volume e não fazem feio, mas não espere por um áudio muito abrangente.

Um detalhe a se considerar é o leitor de digitais que fica sob a tela. Ele fica bem próximo da borda inferior e costuma ser bem rápido, mas ele é óptico e não ultrasônico. Aqui comigo, notei que ele acabou falhando pouquíssimas vezes, mas eu acho mais confortáveis os leitores que ficam um pouco acima dessa posição.

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O detalhe das bordas curtas (Imagem: TecMundo)

Desempenho

Com tudo isso, já dá para saber que o Edge 60 Pro tem uma carinha de celular de ponta, mas é no hardware que a gente vê essa distinção. Se a gente colocar em perspectiva ele fica acima, sim, do 50 Pro. Olhando para a concorrência, ele fica acima com facilidade do A56, encostando e muito no S24 FE.

A Motorola traz nesse modelo o MediaTek Dimensity 8350 Extreme, 12 GB de RAM (com mais de 12 GB de RAM virtual) e opções com 256 GB ou 512 GB de armazenamento. É uma ótima configuração e traz aqui um desempenho muito sólido e rápido.

Em comparação com o modelo do ano passado, nesse novo eu não notei atrasos na interface ou nas atividades dentro dos apps. Por outro lado, quando eu exigi um pouco mais do hardware, notei que o aparelho esquentou um pouquinho com jogos e benchmarks, mas nunca superaqueceu. Nessas situações de estresse, o desempenho dele vai caindo aos poucos.

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Um pouco mais das especificações do Motorola Edge 60 Pro (Imagem: TecMundo)

Ainda assim, o Edge 60 Pro se mostrou um aparelho confiável e bastante promissor. Nesse contexto, ele acaba perdendo alguns pontos quando você reproduz jogos bem pesados, mas para um uso geral ele tem um potencial bacana.

No software a gente tem o Android 15 sob a interface Hello UI. A Motorola repete a dose e vai fornecer três upgrades do sistema operacional com quatro anos de atualizações de segurança. Ainda é um período curto, considerando que a Samsung oferece seis upgrades do Android — e a própria Motorola vai atualizar o Edge 50 Neo por cinco anos.

O software da marca é bastante limpo e agradável, trazendo muitas opções de personalização e vários recursos extras. O pacote da Motorola traz os recursos do assistente Moto AI, que funciona mais ou menos como o próprio Gemini, que também está presente no celular.

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Muito potencial, poucos upgrades (Imagem: TecMundo)

O Moto AI pode ouvir e transcrever em tempo real, faz um resumo das suas notificações, pode gerar imagens “do zero”, tira suas dúvidas e até guarda lembretes, fotos e capturas de tela para você lembrar depois. Mas a voz utilizada ainda é bastante robotizada, tomara que eles atualizem isso logo.

A proposta da Motorola é um pouco diferente do que Samsung e Apple trouxeram, focando no “estilo de vida” do consumidor — que é, justamente, o atual foco da empresa. Essa é a primeira “rodada” do sistema de IA, mas a minha primeira impressão foi boa, ainda que com recursos limitados.

Bateria de 6.000 mAh!

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Não é magia, é tecnologia (Imagem: TecMundo)

Mas vamos falar sobre o principal destaque do celular: a bateria. É mais fácil encontrar baterias no padrão de lítio, que são mais populares, fáceis de produzir e mais baratas. A Motorola já usa uma solução que combina silício com carbono no ânodo, e não o grafite.

Isso garante uma bateria mais leve e que armazena mais lítio, por exemplo. Por isso ele traz uma capacidade bem grande de 6.000 mAh. Outras marcas também já usam a mesma tecnologia, como Xiaomi, Vivo (chinesa), Realme, Oppo, Honor e outras.

O celular da Motorola ainda suporta carregadores de 90W com fio ou 30W sem fio, e pode carregar outros aparelhos por indução com 5W. É uma velocidade muito boa, mas abaixo do 50 Pro: a versão anterior suporta carregadores de 125W com fio ou 50W sem fio.

Se no ano passado ele demorava só 19 minutos para carregar por completo, o 60 Pro agora leva de 50 minutos a uma hora. Em 30 minutos, usando um carregador compatível, ele pode ter cerca de 60% da carga de volta.

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O celular estava com 67% de bateria saindo do carregador às 8h (Imagem: TecMundo)

Mas, claro, o aumento na capacidade resultou também em uma melhoria na autonomia. O comportamento padrão que eu tive foi de usar ele por quase dois dias inteiros com uma única carga, mas isso em uso moderado. A média geral foi de 10h de tela ligada, chegando em até 11h em alguns casos. Isso passa tranquilo a versão anterior e ganha do A56 e do S24 FE.

Vale notar que se você for um usuário bem mais ativo, que costuma jogar, usar mais as câmeras, assistir e fazer muito mais na rotina, ele pode não passar de um dia bem cheio em uso.

Câmeras

Além da bateria, o Edge 60 Pro também ganhou atualizações nas câmeras:

  • Principal: 50 MP (f/1,8), OIS — o anterior tinha abertura de f/1,4 e era mais “claro”;
  • Ultra-angular e macro: 50 MP (f/2,0), PDAF — o anterior tinha 13 MP;
  • Telefoto: 10 MP (f/2,0), zoom óptico de 3x, OIS — ganhou um leve aumento na distância focal;
  • Frontal: 50 MP (f/2.0) — o anterior tem a mesma resolução, mas conta com foco automático e abertura de f/1.9.
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Algumas das opções de vídeo da câmera principal (Imagem: TecMundo)

A Motorola fez uma certa balança aqui, melhorando alguns pontos do hardware e reduzindo outros. A câmera frontal, por exemplo, faz fotos muito boas e com bom alcance dinâmico, mas perde nitidez em cenas escuras e o foco automático, que faz falta justamente nesses ambientes. Se comparada com as outras câmeras, ela também é um pouco mais artificial. Contra a luz, o HDR também luta bastante, mas não quebra o efeito de dispersão da luz na lente.

Mas, no geral, eu gostei muito das fotos que fiz com o Edge 60 Pro. As câmeras traseiras registram muitos detalhes — com mais destaque na câmera principal — e as cores são mais naturais e sem perder o contraste. Outra coisa que me agrada bastante é que essas imagens ficam com ótima definição e baixo ruído.

Em cenas noturnas, se você não der um zoom, as fotos ficam muito boas com a lente principal e com a telefoto. Por outro lado, é aqui que a lente de ângulo aberto acaba sofrendo e deixando tudo mais suavizado e até borrado.

Ou seja, essas aqui são câmeras muito competentes e que batem de frente com o Galaxy S24 FE. Eu gosto que o sensor principal da Motorola faz um efeito de desfoque suave e natural, e também que a lente telefoto se aproxima demais dessa outra câmera.

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Um pouco da câmera frontal (Imagem: TecMundo)

Assim como no ano passado, o 60 Pro faz filmagens em 4K com 30 fps. A câmera principal me rendeu ótimas imagens, registrando muitos detalhes e com baixo ruído. E eu também achei ela mais próxima das fotografias em termos de coloração, já que no ano passado o 50 Pro acabava deixando tudo mais saturado.

Ele ainda não representa um salto gigante nos vídeos, embora seja um aparelho bem eficiente para isso. As câmeras são estáveis e as cores ficam vibrantes, mas sem exagero. Pra mim, o maior ponto de crítica é na câmera ultra-angular. Ela perde mais detalhes, deixa objetos mais borrados, a estabilização não é das melhores e tem alcance dinâmico limitado.

Vale a pena?

O Motorola Edge 60 Pro é um celular intermediário avançado que chega bem próximo da linha premium em vários quesitos. O investimento da empresa no “estilo de vida” dos consumidores também tem rendido bons frutos, diferenciando os celulares da marca e até sendo uma opção visualmente mais atraente para muita gente.

As melhorias que a empresa fez, e que garantem mais durabilidade, podem fazer um efeito positivo a longo prazo também. Mas, na mesma proporção, a tela curva nos quatro cantos requer um pouco mais de cuidado dos desastrados. E a Motorola bem que já podia subir o período de atualizações desse modelo também, né?! Três anos é bom, mas ainda é pouco.

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Muita bateria, mas vale a pena? (Imagem: TecMundo)

Nas câmeras o aparelho também faz um ótimo trabalho, mas que fica alinhado nesta faixa de mercado. Ele entrega bons resultados, mas sem encostar nos modelos mais caros. Esse mesmo argumento vale para o desempenho. Nesses dois pontos, é muito provável que a Motorola consiga “subir o nível” com o Edge 60 Ultra, que ainda não foi anunciado.

Mas, se você quer um bom motivo para apostar no Edge 60 Pro, a bateria pode ser o mais claro deles. E não só por trazer um componente com silício-carbono de 6.000 mAh em um corpo fino, mas principalmente pela boa autonomia que ele entrega.

Pra mim, atualmente, esse é um dos celulares intermediários mais interessantes que temos no Brasil. Ele é um rival muito bom para o S24 FE e ainda se consolida como um upgrade notável para o 50 Pro, que ainda permanece sendo um bom smartphone.

No caso deste novo smartphone, a gente encontra pontos de melhoria e alguns downgrades. É aquele negócio da “balança” que eu comentei há pouco: a velocidade de carregamento caiu, a tela não é mais de 144 Hz e por aí vai. Mas, na minha opinião, esse é um celular intermediário muito equilibrado e que entrega vários pontos positivos em outras áreas.

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