Semanas após a prisão do homem que ajudou hackers a realizarem o maior ataque cibernético no sistema financeiro do Brasil, o Ministério Público de São Paulo (MP-SP) solicitou prisão preventiva do suspeito. João Nazareno Roque foi denunciado pelo crime de furto qualificado por meio de fraude eletrônica.
A medida serve como uma forma de garantir a ordem pública e econômica, sob alegação de proteção devido ao risco de fuga e destruição de provas. O homem de 48 anos atualmente cumpre prisão temporária e as investigações seguem em sigilo máximo.
O órgão também entendeu que João Nazareno deveria ser investigado por associação criminosa, já que o suspeito atuou em conjunto com outros criminosos. Dessa forma, o Ministério Público deseja instaurar um inquérito adicional, também por conta da complexidade do caso.
Enquanto a prisão temporária tem período de 5 a 30 dias dependendo do crime, a prisão preventiva não tem prazo determinado e pode ficar em vigor até o julgamento do réu.
Ataque foi um golpe minucioso e planejado
João Nazareno Roque foi preso no último dia 04 de julho em sua própria casa na região de Taipas, na zona norte de São Paulo. Ele era funcionário de TI na própria C&M, empresa que prestava serviços do Pix para a BMP, principal afetada pelo golpe e que teve um prejuízo na casa dos R$ 500 milhões.

O ex-funcionário teria vendido suas credenciais de acesso da empresa para os hackers, que entraram no sistema e desviaram o dinheiro. Roque teria cobrado R$ 5 mil para vender as informações de login, e mais de R$ 10 mil para criar um sistema que permitisse o desvio do dinheiro.
- A invasão ao sistema da C&M começou entre domingo (29) e segunda (30) de junho, quando um executivo foi avisado sobre movimentações estranhas;
- Em pouco tempo, os criminosos furtaram milhões de reais, não somente da BMP, mas de pelo menos outras seis companhias;
- Um dos delegados que investiga o caso, afirma que novas empresas procuram as autoridades para reportar o prejuízo, que somado pode ultrapassar R$ 1 bilhão;
- Em um relatório da ZenoX enviado ao TecMundo, a empresa indica que o golpe foi planejado por meses e utilizaram o Telegram para recrutar insiders.
As autoridades investigam o caso, mas ainda não encontraram os hackers que realmente acessaram o sistema da C&M. Há suspeitas que mais envolvidos de outras empresas também contribuíram para o ataque ao Pix.
- Leia também: Brasil é destaque no investimento em cibersegurança, mas segue um alvo exposto para ataques
Para mais informações sobre segurança e o ataque ao sistema financeiro do Brasil, fique de olho no site do TecMundo.