Mulheres são mais afetadas pela Covid longa; ciência descobre possível motivo

A Covid longa, caracterizada pela persistência dos sintomas após a recuperação da infecção, afetou milhões de pessoas ao redor do mundo, a maioria delas mulheres. Cientistas descobriram que diferenças imunológicas entre os sexos podem explicar por que elas são mais vulneráveis à condição.

O estudo foi conduzido pela Universidade de Stanford e contou com 45 participantes que contraíram a infecção em 2020, dos quais 36 desenvolveram Covid longa. Desses, 55% eram mulheres. Os resultados foram divulgados no Science Translational Medicine.

Cientistas descobriram que diferenças imunológicas entre os sexos podem explicar por que mulheres são mais vulneráveis à Covid longa – Imagem: Financial Times

Existem diferenças nas “vias imunes” de homens e mulheres

  • Uma bateria de exames de sangue durante e após a infecção pelo vírus da Covid revelou algumas diferenças nas vias imunes de homens e mulheres.
  • A princípio, a primeira via de defesa do sistema imunológico, a ativação de monócitos (células que combatem infecções e alertam sobre invasores), parecia semelhante entre os sexos.
  • No entanto, ao analisar a relação entre Covid longa e o comprometimento imunológico, foram encontradas diferenças significativas.
  • Homens e mulheres apresentaram padrões distintos na expressão de proteínas e moléculas de sinalização — aquelas responsáveis pela comunicação entre as células.
  • Os cientistas acreditam que uma desregulação imunológica específica do organismo feminino está contribuindo para o desenvolvimento da Covid longa.
Uma desregulação imunológica específica do organismo feminino pode estar contribuindo para o desenvolvimento da Covid longa, segundo o estudo – Imagem: shutterstock/Lightspring

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Outras condições pós-virais podem afetar homens e mulheres de maneiras diferentes

Após uma infecção viral, algumas pessoas podem desenvolver condições crônicas que duram meses ou até anos. Isso não acontece apenas com a Covid-19, mas com outros vírus também.

Por exemplo, a poliomielite pode levar a uma condição chamada síndrome pós-poliomielite, que causa fraqueza muscular e cansaço, e as mulheres têm mais chances de desenvolvê-la. Já o sarampo pode resultar em uma doença rara chamada panencefalite esclerosante subaguda, que prejudica o cérebro e é fatal, sendo mais comum em homens. A encefalite letárgica, ligada à gripe de 1918, também afetou muitas pessoas, com mulheres tendo mais risco de morte.

Entender por que certas doenças pós-virais afetam de maneira diferente cada sexo ajuda a aprimorar os tratamentos. No caso da Covid longa, as novas evidências revelam a necessidade de terapias distintas para homens e mulheres. Adaptar o tratamento com base nas características imunológicas específicas de cada sexo pode tornar a abordagem mais eficaz.

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